Os cientistas fundiram tecido semelhante ao cérebro humano com um chip de computador para ajudar a ensinar pequenos robots a ultrapassar obstáculos, bem como a localizar e a agarrar objetos.
Os investigadores cultivaram pela primeira vez organóides cerebrais a partir de células estaminais pluripotentes humanas há mais de uma década, mas durante muitos anos o cultivo limitou-se a amostras bidimensionais que limitavam a sua funcionalidade.
No entanto, segundo o Popular Science, os desenvolvimentos recentes no cultivo de organóides tridimensionais estão a expandir o potencial de computação do aproveitamento da atividade neural do tecido de bioengenharia com chips de computador.
Os mais recentes avanços em matéria de inteligência organóide provêm de uma equipa de colaboradores do Laboratório Haihe de Interação Cérebro-Computador e Integração Humano-Computador da Universidade de Tianjin e da Universidade do Sul de Ciência e Tecnologia.
De acordo com os investigadores, o seu “sistema de interação inteligente de informação complexa cérebro-em-chip de código aberto” ou MetaBOC é o primeiro do seu género e poderá abrir caminho a interfaces cérebro-computador humanas mais complexas e até vir a reparar danos neurológicos na prosperidade.
Depois de cultivar tecido semelhante ao cérebro numa cultura, a equipa enxertou o seu organóide num chip de elétrodos que lhe permitiu interpretar sinais elétricos externos.
O chip é alegadamente capaz de orientar sistemas robóticos para navegar em ambientes e agarrar objetos após sessões de treino de simulação.
Para conseguir este feito, os investigadores integraram algoritmos de aprendizagem automática na sua rede de computação neural melhorada pelo organóide, tornando-se num marco na exploração da “Inteligência Híbrida“.
“O chip MetaBOC permite-te interagir com o mundo exterior através da codificação e descodificação e da estimulação-reação”, afirma Ming Dong, vice-presidente da Universidade de Tianjin e diretor executivo do Laboratório Haihe para a Interação Cérebro-Computador e a Integração Homem-Computador.
As imagens que o acompanham parecem representar um organóide, do tipo Silly Putty, montado na cabeça de um robot bípede.
O minúsculo Exterminador serve apenas de modelo para o aspeto das futuras máquinas OI.
Os cientistas terão de ultrapassar uma série de obstáculos que o campo da investigação enfrenta atualmente.
Li Xiaohong, professor da Universidade de Tianjin e coautor do estudo do estudo, referiu que “estrangulamentos como a baixa maturidade do desenvolvimento e o fornecimento insuficiente de nutrientes” são problemas que ainda requerem soluções.
Para além dos robots autónomos, os investigadores também esperam que os organóides cerebrais possam ajudar a restaurar a funcionalidade do cérebro de pessoas que vivem com problemas neurológicos ou com mobilidade reduzida devido a um acidente vascular cerebral.
Num artigo, publicado na revista Brain, a equipa observou que a exposição dos organóides a ondas de ultra-sons de baixa frequência estimulava o crescimento da rede neural, indicando uma possível via — não invasiva — para um dia enxertar tecido semelhante em cérebros humanos.