Montenegro mostra autoridade perante polícias: “Nem mais um cêntimo na proposta”

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José Sena Goulão / LUSA

O primeiro-ministro, Luís Montenegro

Luís Montenegro afirmou esta terça-feira que o Governo não vai colocar “nem mais um cêntimo” na proposta para as forças de segurança. O primeiro-ministro diz não estar disponível para “trazer de volta a instabilidade financeira”.

O Governo não vai colocar “nem mais um cêntimo” na proposta para as forças de segurança.

O aviso foi deixado, esta terça-feira, por Luís Montenegro, que afirmou que já foi feito “um esforço medonho” para satisfazer as exigências daqueles profissionais.

O chefe do executivo disse ainda que recusa perder a autoridade, perante as polícias.

Há uma coisa que não pode acontecer: é o Governo perder a autoridade de se preocupar com toda a sociedade, com todos os outros”, afirmou o primeiro-ministro, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, em Sintra.

“Enquanto eu for primeiro-ministro, estarei disponível para resolver tudo aquilo que tem de ser resolvido em Portugal, mas não para trazer de volta a instabilidade financeira, o sofrimento para todos só para cumprir o interesse particular de alguns”, acrescentou.

Ventura acusa Montenegro de arrogância

André Ventura acusou Montenegro de arrogância por dizer que o Governo não vai colocar mais dinheiro na proposta para as forças de segurança.

“O primeiro-ministro de Portugal, que prometeu resolver um problema que o anterior Governo criou, diz ao país, como que em desafio, como que em soberba, como que em arrogância, que não dará nem mais um cêntimo nem às polícias nem às forças de segurança. Isto mostra como o Governo nunca teve, não tem e não terá a sensibilidade para a questão fundamental das forças de segurança”, afirmou.

O líder do Chega falava aos jornalistas na Assembleia da República, numa reação às declarações do primeiro-ministro.

“Esta não é uma questão de cêntimos, esta não é uma questão de dar mais ou dar menos ou de fazer finca-pé, esta não é uma questão de birras”, considerou André Ventura, que continuou, defendendo que “esta é uma injustiça histórica criada pelo anterior Governo e que a direita tinha o dever de resolver”.

O presidente do Chega considerou que “fica claro que o Governo não quer nem vai resolver o problema”, mas apelou ao PSD, e também ao PS, que coloquem “mão na consciência” e aprovem a proposta do Chega para que o suplemento de risco atribuído à Polícia Judiciária seja estendido à PSP, GNR e guardas prisionais.

Apelo para polícias protestarem reforçado

Ventura acusou também o Governo de estar a “fomentar a divisão, a frustração e a indignação das polícias e das forças de segurança” e reforçou o apelo para que se manifestem na quinta-feira, quando acontecer o debate parlamentar marcado pelo Chega, sobre as carreiras das forças de segurança

“Eu acho que com esta declaração taxativa e clara do senhor primeiro-ministro fica ainda mais evidente e mais claro porque é que todas as forças de segurança, porque é que todos os polícias, têm que estar aqui no parlamento ao longo da próxima quinta-feira, para ouvirem o debate, para mostrarem a sua indignação fora do parlamento, mas também para dentro do parlamento poderem mostrar, poderem ver, aqueles que dizem que estavam ao lado deles e que na verdade não vão estar”, defendeu.

Luís Montenegro tinha deixado antes um aviso sobre o debate parlamentar de quinta-feira, sobre as carreiras das forças de segurança, dizendo que este partido levará a discussão diplomas que invadem a esfera de competência do Governo.

“Respeitamos a opinião política de todos, mas não vacilamos em denunciar, em combater, em confrontar os que se guiam pelo oportunismo, pela instrumentalização de problemas reais. Na próxima quinta-feira, veremos de que lado estão todos e cá estaremos todos para assumir a responsabilidade do que entenderem decidir”, afirmou.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Estes polícias estão a tornar-se parasitas. 300 euros mensais de aumento não chega? Costa dava aos 5 a a 12 euros de aumentos e não havia mais. Eram as contas certas!

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