Astrónomos do MIT descobriram que o crescimento de galáxias que contenham buracos negros ‘supermassivos’, pode ser abrandado pela chuva cósmica, fenómeno que permite que gás quente produza nuvens de gás frio nas galáxias, revelou a NASA.
Segundo uma nota, divulgada pela agência espacial norte-americana, os cientistas analisaram os raios-X de mais de 200 conjuntos de galáxias (série de estrelas) e concluíram que a precipitação gasosa é a chave para perceber como buracos negros (regiões do espaço das quais nada, nem mesmo partículas, podem escapar) gigantes afectam o crescimento das galáxias.
Os astrónomos socorreram-se das observações do telescópio espacial de raios-X Chandra, da NASA.
“Sem estes buracos negros e os jactos de gás, as galáxias centrais dos conjuntos de galáxias poderiam ter muitas mais estrelas do que as que têm actualmente”, sustentou um dos co-autores do estudo, Michael McDonald, do Instituto Tecnológico de Massachusetts, nos Estados Unidos.
McDonald e outros investigadores usaram os dados do Chandra para estimar quanto tempo demorava o gás a arrefecer a distâncias diferentes dos buracos negros estudados.
O estudo, publicado na revista Nature, analisou algumas das maiores galáxias, situadas no centro de conjuntos de galáxias, envolvidas em atmosferas enormes de gás quente, que deveria arrefecer e dar origem à formação de muitas estrelas.
Contudo, em determinadas condições, porções de gás podem irradiar a sua energia e formar nuvens frias que se misturam com o gás quente em redor. Algumas destas nuvens formam estrelas, mas outras lançam “chuviscos” de gás frio no buraco negro ‘supermassivo’, desencadeando jactos de partículas energéticas que, ao reaquecerem o gás, impedem a formação de mais estrelas.
Os buracos negros ‘supermassivos’ têm uma massa milhões de vezes superior à do Sol e afectam as suas galáxias.
O ciclo descrito de arrefecimento e aquecimento de gás regula o crescimento das galáxias e tem ocorrido pelo menos nos últimos sete mil milhões de anos (o Universo tem cerca de 14 mil milhões de anos), de acordo com a investigação.
Os astrónomos descobriram, ainda, que o intenso calor nas galáxias centrais, provavelmente proveniente da colisão com um outro conjunto de galáxias, pode “enxaguar” a chuva cósmica à volta do seu buraco negro.
Futuras investigações vão aferir se a chuva cósmica regula a formação de estrelas em pequenas galáxias, incluindo a Via Láctea, onde se situa a Terra.
/Lusa