Estalou o verniz entre a seleção e a União Nacional. “Não quero representar um país que não reflita os meus valores. Espero que estejamos todos do mesmo lado”, avisou o capitão francês — que não está sozinho. Aliás, Les Bleus têm um passado amargo com os Le Pen: tal pai, tal filha.
Perante uma situação “inédita na história do país”, chegou o dia em que o futebol se misturou inevitavelmente com a política em França.
Depois de uma vitória esmagadora da extrema-direita francesa nas eleições europeias deste mês — em que a União Nacional (Rassemblement National, RN), de Marine le Pen, venceu com 31,5% dos votos, o dobro do partido do presidente Emmanuel Macron — o chefe de Estado viu-se forçado a convocar eleições legislativas antecipadas, para “devolver a palavra aos cidadãos”.
As sondagens ditam mesmo que o partido de extrema-direita ameaça tornar-se a maior força na Assembleia francesa após as duas voltas de votação que se avizinham.
Apenas uma semana depois das eleições, e no dia de estreia como capitão dos Bleus, uma das maiores estrelas do futebol mundial Kylian Mbappé alertou que “os extremos estão a bater à porta do poder” e apelou, sobretudo aos mais jovens, para não se “esconderem” no dia de ir às urnas — o dia em que o avançado e companhia podem estar a jogar a semifinal do Euro 2024.
“Não quero representar um país que não reflita os meus valores”
A poucas horas da estreia gaulesa na 17.ª edição do Campeonato da Europa, frente à Áustria — que se jogou pelas 20h00 desta segunda-feira e culminou com uma vitória pela margem mínima (1-0) para os gauleses —, o cenário “muito sério” que se vive em França era muito mais importante para o cidadão Mbappé.
“Muitas vezes dizem que não se deve misturar política com futebol”, lembrou o avançado: “Concordo quando falamos de uma situação normal, mas quando estamos numa situação destas, é muito importante — mais importante do que o jogo [desta segunda-feira, frente à Áustria].
“Acho que estamos num momento crucial na história do nosso país e temos de olhar para as coisas e estabelecer as nossas prioridades”, disse em conferência de imprensa esta segunda-feira: “O Euro é um momento importante nas nossas carreiras, mas somos cidadãos acima de tudo e não devemos desconectar-nos do mundo à nossa volta, muito menos do nosso país”, lembrou.
“É uma situação inédita, por isso dirijo-me a todos os franceses, sobretudo à geração mais jovem que acho que pode fazer a diferença: votem e compreendam realmente a importância desta situação”, alertou o capitão francês, antes de confessar que “estamos a ver os extremos a bater à porta do poder”.
“Temos a oportunidade de moldar o futuro do nosso país”, lembrou. E deixou um forte aviso.
“Quero continuar a orgulhar-me de usar esta camisola no dia 7 [data das eleições parlamentares antecipadas em França]. Não quero representar um país que não reflita os meus e os nossos valores. Espero que estejamos todos do mesmo lado. Por isso, não nos podemos esconder”, disse.
“Espero que a minha voz seja ouvida, porque precisamos de nos identificar com os valores deste país — diversidade, tolerância, respeito”, apelou.
Capitão não está sozinho
O silêncio a que a seleção francesa nos habituou em relação a política já tinha sido quebrado por outro jogador da seleção francesa, Marcus Thuram, que deve auxiliar Mbappé na frente de ataque esta segunda-feira.
“Como cidadãos, temos de lutar para garantir que a União Nacional não passa. A situação é extremamente grave”, disse.
Mesmo a estrela do PSG, Ousmane Dembelé, apelou à mobilização e ao voto em França.
O selecionador Didier Deschamps também não se mostrou preocupado com a discussão de política no balneário e fora dele — pelo contrário: “Eles são futebolistas, mas acima de tudo são cidadãos franceses” e, assim, “não estão fora da situação”.
Até Thierry Henry — ex-avançado da seleção que já tinha passado, em 2000, por uma polémica envolta em racismo e religião que opôs o selecionador Raymond Domenech e o avançado negro e muçulmano praticante Nicolas Anelka — já se pronunciou.
A lenda do Arsenal saiu em apoio aos jogadores franceses que resolveram falar sobre o estado político do país: “Concordo com tudo aquilo que foi dito, até ao momento, particularmente, pelos jogadores e pelo selecionador”, disse à RMC Sport.
“Aquilo que trava os extremismos é ir votar. Por isso, vão votar. Pessoalmente, eu sou contra tudo aquilo que divide”, disse o antigo avançado.
Passado amargo com os Le Pen
A seleção gaulesa tem um histórico de polémicas em torno de questões raciais e religiosas e, se recuarmos à década de 1990, com a família Le Pen.
Jean-Marie Le Pen, pai de Marine Le Pen e fundador do partido hoje liderado pela filha, foi um grande crítico dos jogadores convocados para a seleção: para si, não eram franceses.
Tal pai, tal filha: voltando ao presente, Marine dizia, no início do verão, que não reconhecia o seu país na seleção francesa, dado o número elevado de jogadores que nasceram fora do país, que eram filhos de imigrantes ou que não cantavam a Marselhesa, o hino nacional francês.
“A maioria destas pessoas considera-se representante da França num minuto, quando estão no Campeonato do Mundo”, disse Le Pen. “Mas, no minuto seguinte, sentem que pertencem a outro país ou que têm outra nacionalidade no seu coração.”
No entanto, a França sempre conquistou, especialmente dentro de campo, o coração dos franceses com equipas multirraciais e multiculturais. Até hoje, o maior símbolo do futebol francês é um filho de pais argelinos: Zinédine Zidane.
Extrema-direita pode temer repercussões
Se a Federação Francesa de Futebol já saiu em defesa dos seus jogadores, alegando que cada um deles deve ter “a oportunidade de se exprimir livremente, de acordo com as suas convicções”, as palavras dos jogadores franceses deram aso a fortes reações da União Nacional.
“Basta de moralizadores privilegiados que tomam os franceses por imbecis!” escreveu o porta-voz do partido, Julien Odoul, na rede social X.
Outro porta-voz do partido, Sébastien Chenu, apelou ao craque para manter “distância” das questões políticas.
“Não espero que me dê uma lição política”, disse Chenu à rádio francesa, citado pelo Politico.
De momento uma das maiores celebridades do país — e certamente um modelo para muitos jovens — Mbappé pode revelar-se um grande inimigo de Le Pen e companhia.
Com 118 milhões de seguidores no Instagram e prestes a conquistar o mundo do futebol com o Real Madrid, as declarações do avançado podem vir a ser uma “dor de cabeça” para a campanha da União Nacional.
As eleições francesas decorrem entre os dias 30 de junho e 7 de julho.
Até lá, é certo que Macron de tudo fará para se associar ainda mais à gloriosa geração de futebol da França. É visto com frequência nos jogos e nas concentrações da seleção de futebol — foi inclusive à conversa com o presidente que Mbappé revelou a sua data de apresentação no Real Madrid.
Estão mal? Ide para o país dos vossos pais. O que se está a passar em França é surreal, e não é só de agora. A França está-se a tornar refém dos imigrantes, que só causam confusão e destruição. Vêm lá dos países deles para a Europa para reclamar. Que sentido é que isso faz? Era a mesma coisa eu sair agora de Portugal para um país Africano e passar a vida a queixar-me da cultura e estilo de vida deles, e exigir que me dessem tudo e mais alguma coisa enquanto eu tinha atitudes de um bandalho. Ou seja, este rapaz é a favor disso. Ele tem lá alguma noção daquilo que eles está a falar? Vive lá na mansão dele com todos os luxos, enquanto que os Franceses é que pagam a fatura da esquerda caviar.
Esta é a razão porque a direita radical está a ganhar poder!! A multiculturalidade domina a França e os franceses de “origem” vêm os seus valores ensinados de geração em geração a serem delapidados, vêm-se obrigados a suportar ideologias que promovem a banalização da cultura francesa para a imposição de culturas e religiões diferentes, têm de suportar pessoas que não se querem integrar protestando contra sociedade exigindo regalias. Agora têm de ouvir um jogador cuja a família beneficiou da abertura da França em receber pessoas que procuram melhores condições de vida, afirmar que “não quer representar um país que não reflete os seus valores”, ficando a duvida se o seus valores são os mesmos ou superiores aos valores da maioria dos franceses, abrindo assim um precedente para que qualquer jogador se sirva da seleção para impor as sua convicções.
O Mbappé tem razão: Os extremos estão a bater à porta do poder. É preciso é entender o« porquê?» e o Mbappé, está muito longe disso.
Anos sucessivos da Esquerda inclusiva. Da Esquerda das portas abertas sem Rei nem Roque. Da Esquerda sem critério. Levaram a isto: A UE está numa fase em que a sua população está a dizer alto e bom som: «PAROU!! Não queremos isto. Queremos outra coisa!» e independentemente do que isoladamente achemos sobre a questão da imigração a verdade é que vivemos em Democracia e a maioria vence.
Até aqui, a Esquerda tem sido a campeã das minorias sem perceber (ou querer perceber) o que os cidadãos dos respetivos países achavam ou queriam. Tendo isto em conta, não é de estranhar esta viragem à direita por toda a UE, sendo mais expressiva em países (como a França) em que este problema da imigração se impõe com maior expressão.
Tenho dito e continuarei a dizer (porque estou certo!): A imigração e o wokismo, temas tão queridos da Esquerda dos coitadinhos, irão levar a extrema direita ao poder em Portugal. André Ventura, se se segurar na liderança do CHEGA e souber manipular as massas, será 1º Ministro de Portugal, da mesma forma que Marine le Pen, será presidente em França… se calhar (Le Pen), já nas próximas eleições.
Nota de rodapé: Vejam o projeto de lei que está às portas da aprovação no Reino Unido, que prevê o envio forçado de imigrantes ilegais, para o Ruanda, independentemente (INDEPENDENTEMENTE, reforço) do seu país de origem. Pelo ‘alojamento’, o Reino unido pagará ao Ruanda, qualquer coisa como cerca de 500M€ anuais.
Porque é que a DIREITA é “extrema “ e a ESQUERDA é “suave (!?)”?
Será por esta estar em vias de extinção?