No Dia da Rússia, o presidente russo ficou mais perto da China, mais longe da Ucrânia. Espaço de um lado, cultura do outro.
Esta quarta-feira, 12 de Junho, é o Dia da Rússia. E foi dia de Vladimir Putin assinar documentos que o colocaram mais perto da China e mais longe da Ucrânia.
A descrição é do jornal russo Komsomolskaya Pravda, que assinala que o presidente da Rússia assinou vários documentos importantes.
Salta à vista o estreitamento das relações entre Rússia e China. Neste caso, olhando para o Espaço.
Vladimir Putin ratificou um acordo com vista à cooperação na criação de uma Estação Internacional de Pesquisa Lunar.
Este acordo já tinha sido anunciado no final de 2022, precisamente após conversas entre os Governos de Rússia e China. Um ano e meio depois, torna-se oficial, legal.
O acordo “atende aos interesses” da Rússia e vai “contribuir para o fortalecimento da parceria estratégica da Rússia com a China, o desenvolvimento das actividades espaciais russas e a consolidação do papel de liderança da Federação Russa na exploração do Espaço, incluindo a implementação de trabalhos de exploração e uso da Lua”, lê-se no documento.
Esta estação lunar, reforça o mesmo jornal, é só um projecto, para já. Mas já foram elaboradas regras sobre a protecção da propriedade intelectual, a protecção jurídica e física da propriedade dos países e outros aspectos importantes.
Corte cultural
Vladimir Putin também assinou outro documento que afasta – ainda mais – a Rússia da Ucrânia.
Neste caso em relação à cultura: o presidente assinou a denúncia do acordo com a Ucrânia sobre a criação e funcionamento de centros culturais. O Kremlin não permite que funcionem centros culturais ucranianos na Rússia.
Esta suspensão já começou há muito tempo. Kiev ficou sem o Centro Russo de Ciência e Cultura; e Moscovo ficou sem o Centro Cultural Nacional da Ucrânia.
Ou melhor, as duas instalações existem, mas não estão a funcionar. E não há perspectivas de inversão da situação.
Desde a crise da Crimeia em 2014, o centro cultural russo na capital da Ucrânia começou a ser alvo de ataques, de vandalismo, como lançamento de tinta ao prédio. Deixou de ter actividades em 2021.
Já o centro cultural ucraniano na capital da Rússia deixou de funcionar em Fevereiro de 2022, poucos dias antes do início da guerra.
O acordo já existia há 26 anos. Este intercâmbio cultural foi assinado ainda no século passado, em 1998, pelo então presidente Boris Yeltsin.