Os cinemas portugueses registaram em abril 3,8 milhões de euros de bilheteira, um valor tão baixo que é preciso recuar a abril de 2013 para encontrar registos semelhantes (com exceção do período pandémico).
Os dados mensais de exibição de cinema em Portugal, divulgados esta sexta-feira pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), revelam que em abril se contabilizaram 3,8 milhões de euros, o que significa uma descida de 33% face a abril de 2023.
Em termos de audiência, foram cerca de 624 mil espetadores, com uma perda de 37,5% face a período homólogo.
Comparando com o mês de abril de anos anteriores, é preciso recuar até 2013 para encontrar valores tão baixos como os deste ano, excluindo os anos 2020 e 2021, fortemente marcados pela pandemia da covid-19.
Segundo as estatísticas do ICA, em abril de 2013, os filmes exibidos em sala foram vistos por 693.502 espetadores, tendo sido obtida uma receita de 3,6 milhões de euros.
Quanto a 2024, abril também foi o pior mês de exibição em Portugal, tanto em audiência como em receitas, já que nos meses anteriores se verificaram, em média, 5,5 milhões de euros e 896 mil espetadores.
Em abril, o filme mais visto foi a animação “O Panda do Kung Fu 4”, com 111.766 espectadores e 639.880 euros de receita.
Destaque ainda para o filme “Revolução (sem) sangue”, de Rui Pedro Sousa, estreado a 11 de abril e que somou 10.083 espetadores, perfilando-se, no quadrimestre, como o filme português mais visto em sala.
Apesar da descida acentuada verificada em abril, o quadrimestre teve uma prestação positiva em receitas de bilheteira, totalizando 20,5 milhões de euros (mais 3%) face ao mesmo período de 2023.
Em termos de audiência, há uma ligeira perda de 0,6% face a 2023, com um total de 3.313.784 espetadores.
Este ano, a Cinemundo lidera entre as distribuidoras cinematográficas, com 1,5 milhões de espetadores e 9,9 milhões de euros de receita de bilheteira, ocupando uma quota de mais de 45% do mercado.
Na exibição, a liderança do quadrimestre coube à NOS Lusomundo Cinemas, com 13,8 milhões de euros e 2,1 milhões de bilhetes emitidos, o que representa mais de 60% da quota de mercado do circuito comercial.
Das 530 salas do panorama nacional, 40,4% (214) pertencem à NOS Lusomundo Cinemas.
Dos 20,5 milhões de euros de receita de bilheteira registados até abril, quase metade – 9,8 milhões de euros – dizem respeito à exibição nos cinemas da região de Lisboa, onde funcionam 169 salas.
// Lusa
Para quê gastar 15 ou 20 euros, quando num espaço de dias ou semanas consigo ver o mesmo filme de borla no conforto da minha casa? Querem combater a pirataria, mas a única coisa que fazem é subir preços dos sites de streaming legais ou de serviços como o cinema.
Comecem a exibir filmes com qualidade, em vez da porcaria dos super heróis, história sem história, cheias de efeitos “especiais” que nos deixam zonzos, tiros e porrada gratuita, e verão que talvez valha a pena ir de novo ao cinema.