Montenegro: “Aconteceu algo estranho nas últimas semanas”

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José Sena Goulão / LUSA

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, à chegada para a discussão do programa de Governo

Primeiro-ministro volta a criticar PS e Chega. E assegura que, no final deste ano, Portugal não vai registar um défice.

O primeiro-ministro acusou o anterior Governo de ter aprovado resoluções “sem cabimentação orçamental” e assegurou que, apesar do défice do primeiro trimestre, “o Governo vai gerir a situação”.

“É verdade, a situação financeira de Portugal não é exatamente aquela que se andou para aí a espalhar nos últimos meses. É verdade que, no fim do 1.º trimestre deste ano, temos um défice das contas públicas, mas garanto-vos que não vamos ter no final do ano”, afirmou Luís Montenegro, durante o 175.º aniversário da Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Matosinhos.

Relativamente às contas públicas, o primeiro-ministro acusou o anterior Governo socialista de ter tomado decisões “de forma muito apressada”.

“É verdade que o governo que antecedeu este tomou várias decisões, entre as quais 116 resoluções do Conselho de Ministros, 43 das quais sem ter cabimentação orçamental, num volume de cerca de 1.200 milhões de euros, isso é tudo verdade, mas também não vou dramatizar a situação, não vou escondê-la, porque é minha intenção não esconder nada, mas não vou dizer que estou assustado“, referiu.

Aos vários empresários reunidos no Terminal de Leixões, Luís Montenegro assegurou que o Governo “vai gerir a situação”, apesar das imprevisibilidades da Assembleia da República. E garantiu que, no final de 2024, Portugal não terá défice.

No mesmo discurso, voltou a deixar críticas a PS e Chega, que permitiram no Parlamento a aprovação de propostas dos socialistas sobre IRS e portagens.

Disse que, nas últimas semanas, “aconteceu algo um bocadinho imprevisível, para não dizer estranho”.

E justificou: “É verdade que temos um partido à nossa direita no parlamento que tem uma representação significativa na AR e que fez uma campanha eleitoral a prometer combater o socialismo e agora aprova coisas no parlamento promovidas pelo Partido Socialista. E temos um partido à nossa esquerda, que é o Partido Socialista, que fez uma campanha a diabolizar esse partido à direita e agora aceita os votos desse partido no parlamento, isso é tudo verdade”, referiu.

Apesar de “tudo isso ser verdade”, o primeiro-ministro defendeu que isso “não é o mais importante”, mas sim que “o Governo está ativo”.

“O Governo está a cumprir o seu programa, vai cumprir o seu programa, tem todas as condições para cumprir o seu programa e não são estas pequenas coisas que nos vão atrapalhar, elas existem, não podem ser ignoradas, mas não são o mais importante”, afirmou, assegurando que o Governo “tem todas as condições para proceder com a legislatura quatro anos e meio”.

Enaltecendo os 175 anos da AEP, Montenegro destacou também a necessidade de o país aproveitar os fundos comunitários, sobretudo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), defendendo que o país não deve ter “mais uma vez uma oportunidade perdida”.

Também presente no jantar comemorativo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou o papel da AEP e entregou as insígnias de membro honorário da Ordem Militar de Cristo, “título histórico” à medida da história da associação.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. De facto, aconteceu MESMO algo estranho nas últimas semanas.
    Um governo que não governa, um governo que no período de um mês, fez um grande esforço (hehehe!!!) para mudar… O logótipo e algumas cadeiras… para pior.

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  2. O que não foi nada estranho foi ver que as inúmeras promessas muito concretas que Montenegro fez aos vários grupos profissionais (professores, polícias, médicos, enfermeiros, etc) para vencer as eleições não têm hipótese de ser aplicadas, o que já se sabia. Ou, se forem aplicadas, teremos o FMI outra vez a mandar nas nossas finanças e os cintos dos portugueses a apertarem-se ainda mais. Montenegro parece um miúdo perdido que não sabe o que fazer para voltar a casa dos pais. Anda a seguir as ordens do seu grupo de conselheiros que não põem o pescoço de fora e que não lhe explicaram bem como é que as finanças e a economia funcionam num País da União Europeia. Isto não é uma mercearia pequena. Será que esses seus “amigos” não querem afinal tramá-lo ?

  3. A prossição ainda vai no Adro.
    A vermos vamos o “desempenho” do “rural” e seus Minsitors “rurais”. Com posturas de Sombranceiros, a mim não me enganam. De maneira que já sei o “fim do filme” – forte espalhanço contra a parede.
    Até lá vão-nos embalando em “Banho-maria” com cenas de Teatro de acusar os outros é que não deixam Governar.
    Se não deixam Governar, deve ser porque o Governo não sabe melhor.

  4. Claro que é estranho o Chega associar-se ao PS para combater o PSD, mas foi o PSD que sempre diabolizou a amizade com o Chega. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. O Chega tem de fazer este ‘teatro’ para mostrar a importância que realmente tem, e desmentir o PS e o PSD que o Chega não vale nada. O Chega tem personalidade própria e ao PSD não custava nada marimbar-se para o PS e solicitar o apoio do Chega, mas se não quer, também não o pode ter. O André Ventura é um político estratega, uma inteligência superior que vê as coisas muito longe, e as burrices do PSD ele apanha-as antes de chegarem ao chão.

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