Aos 13 anos já aparece entre os melhores do mundo no taekwondo – mas não tem condições para estar no circuito mundial.
Não é o primeiro caso, não há-de ser o último: um ou uma atleta que consegue, em prova, a presença entre os melhores do mundo – mas depois nem compete porque não há dinheiro.
Este caso destaca-se porque Lara Pessoa, atleta do Taekwondo Clube do Dão (Penalva do Castelo), tem apenas 13 anos.
A adolescente já consegue intrometer-se entre os melhores do mundo no taekwondo. No ano passado foi ao Europeu e já se estreou no circuito mundial – logo com um 9.º lugar.
Mas não participa no circuito mundial da modalidade como desejava porque não há dinheiro.
O seu mestre, António Lucas, contou ao Jornal do Centro que, já no fim-de-semana passado, Lara não esteve na Estónia, numa etapa do circuito mundial. E iria ao Luxemburgo em Junho, mas também não vai.
Lara é a primeira atleta formado no Taekwondo Clube do Dão no circuito mundial; e agora o clube está a perceber o quanto isso custa.
Literalmente: “Infelizmente notamos que, para a nossa realidade, começa a ser complicado termos atletas neste nível. Tínhamos uma calendarização para o circuito mundial. Não íamos às provas todas, tínhamos algumas provas estrategicamente selecionadas, de acordo com o plano de treinos da Lara”, contou António Lucas.
“A data das provas aproximou-se e não tínhamos verba suficiente para a Lara ir a mais provas. Acaba por ser triste. Estamos a trabalhar muito. Temos noção de que somos de um concelho que tem a dimensão que tem” – Penalva do Castelo tem cerca de 7 mil habitantes.
“O tempo passa, conseguimos entrar no circuito mundial e não estamos a conseguir que a Lara chegue mais longe”, lamenta o treinador.
“Não ir a estas provas é mau. A Lara está neste ascendente e iria custar-me imenso que parasse. Não nos é possível, financeiramente, cobrir as despesas. É pena“.
Mesmo assim, António Lucas tem confiança de que o panorama vai melhorar e que se passe a ver o taekwondo como uma “modalidade forte, com provas dadas”.
E, ainda neste contexto, atira: “Não é a modalidade que deveria definir se somos de primeiro, segundo, terceiro ou quarto plano. É o trabalho. É a dedicação que deve definir isso. E enquanto não houver uma perspetiva diferente relativamente ao que este clube faz há algum tempo com continuidade, assertividade e sucesso, vai ser difícil darmos o pulo”.
Se fosse de dar pontapés numa bola, não teria problemas. Em 50 anos há coisas que pouco ou nada mudaram e uma delas é o atraso cultural.
É criar um FundMe para a a atleta, de certeza que a muita gente que pode ajudar.