Nadar em cardumes debaixo de água torna os peixes surpreendentemente furtivos e silenciosos, sendo que um grupo faz tanto barulho quanto um único espécime.
Os engenheiros da Universidade Johns Hopkins já sabiam que nadar em grupo confere aos peixes proteção adicional contra predadores, mas quiseram investigar se esse comportamento contribui também para reduzir o seu ruído.
Para tal, a equipa criou um modelo 3D, baseado na cavala, para simular diferentes números de peixes a nadar em cardume, alterando as suas formas, a proximidade com que nadavam e a sincronização dos seus movimentos.
O modelo criado, que se aplica a várias espécies de peixes, simula de uma a nove cavalas a nadar em cardume.
As conclusões não deixaram margem para dúvidas: um cardume com os peixes a moverem-se sincronizadamente juntos era surpreendentemente eficaz na redução de ruído. A experiência permitiu descobrir que um cardume de sete peixes fez tanto ruído quanto um único peixe.
“Os nossos resultados sugerem que a diminuição substancial na sua assinatura acústica quando nadam em grupo, em comparação com a natação individual, podeser outro fator que impulsiona a formação de cardumes”, explicou o investigador Rajat Mittal, em comunicado da Johns Hopkins.
A razão que explica a redução do som é a sincronização do movimento da cauda – ou, na verdade, a falta dela.
De acordo com o modelo, se os peixes se movessem em uníssono, batendo as barbatanas caudais ao mesmo tempo, o som aumentava e não havia redução no som total. No entanto, se alternassem as batidas da cauda, os peixes cancelavam o som uns dos outros.
Além disso, a investigação permitiu concluir que os movimentos da barbatana caudal que reduzem o som também produzem interação de fluxo entre os peixes, permitindo que estes animais nadem mais rápido usando menos energia.
O artigo científico com as recentes descobertas foi publicado na Bioinspiration & Biomimetics.
