Apesar de estar aberta a uma coligação com a AD, a IL está a planear um futuro onde não fará parte do Governo.
A Iniciativa Liberal (IL) está a preparar o seu posicionamento político com o pressuposto de que não fará parte de um governo liderado pela Aliança Democrática (AD). Até o momento, não houve convites formais para negociações visando a formação de um governo de coligação entre AD e IL.
No cenário pós-eleitoral, onde AD e IL juntos não conseguiram maioria absoluta e ainda têm menos representantes do que a esquerda, a estratégia da IL passa por negociar individualmente cada medida no Parlamento com o PSD e o CDS, sem firmar qualquer acordo formal de suporte a um eventual governo da AD.
Contudo, a direção da IL não descarta completamente a possibilidade de entrar numa coligação governativa com o PSD e o CDS, caso surjam condições favoráveis e ajustes nos programas que reflitam as principais bandeiras políticas da IL.
Durante a campanha eleitoral, tanto Rui Rocha, líder da IL, quanto Luís Montenegro, da AD, manifestaram abertura para um entendimento pós-eleitoral. Rocha chegou a apresentar a Montenegro um documento com 10 desafios que precisariam de resposta positiva para avançar com qualquer acordo.
Entre as exigências da IL, destacam-se significativas reduções de impostos, como uma descida notável no IRS, propondo um regime transitório com taxas de 15% e 28%, além da redução do IRC para uma taxa base de 12% e incentivos fiscais para profissionais liberais e trabalhadores independentes.
O programa da AD também sugere cortes fiscais, como a redução do IRC para 15% e uma taxa máxima de IRS de 15% até os 30 anos, porém, estas propostas ficam aquém das expectativas da IL, aponta o Público.
Apesar das diferenças entre as propostas fiscais de ambos os partidos, há um reconhecimento por parte da IL de que um meio-termo pode ser alcançado através de negociações e concessões mútuas.