Pedro Frazão já tinha dito que 1,2 não é mais do que 1. Agora fez uma análise errada à matemática e à História de Portugal.
Pedro Frazão voltou a mostrar problemas com números. Ou engana-se nas contas, ou está distraído (ou cansado), ou neste caso conhece mal partes da História de Portugal.
O primeiro caso remonta a Novembro de 2023.
O dia 7 de Novembro só é recordado por causa da demissão do ainda primeiro-ministro António Costa. Mas, nesse dia, houve debate na Assemleia da República.
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, conversou com os deputados no Parlamento, no âmbito da Comissão de Orçamento e Finanças. Um debate que já estava marcado.
Pedro Frazão, deputado do Chega, estava nessa reunião e questionou o reforço orçamental para a Saúde, dizendo: “É um reforço de 800 milhões de euros em vez de 1.200 milhões euros. Foi anunciado como um valor alto mas verificamos que (um aumento de) 1.200 milhões de euros é menor do que 1.000 milhões de euros, que foi o Orçamento (anunciado) em 2022″.
O Ministro da Saúde recomendou uma leitura “mais atenta” do quadro e, mais acima, atirou: “Eu sei que o senhor deputado Pedro Frazão tem muitas dificuldades com os números. Aliás, isso tem ficado aqui evidenciado”.
Nesta segunda-feira, no dia seguinte às eleições legislativas, houve debate na RTP com um representante de cada uma das oito forças políticas que conseguiram pelo menos um deputado.
Pedro Frazão foi o deputado escolhido pelo Chega e sublinhou: “18% de votos no Chega não podem ser 18% de votos de protesto. Quebrámos o bipartidarismo que existia desde o 25 de Abril“.
Algum colega de painel (não se percebe quem) lembrou de imediato o caso do PRD – Partido Renovador Democrático.
Pedro Frazão negou alguma semelhança: “O PRD nunca ficou no terceiro lugar, com uma percentagem tão grande, e nunca teve tantos mandatos“.
Mas o PRD ficou mesmo no terceiro lugar, nas eleições legislativas em 1985.
Em relação aos outros dois pontos, o moderador Carlos Daniel atirou logo que o PRD também ficou no terceiro lugar e teve uma “percentagem idêntica” à actual do Chega. É verdade: em 1985 o PRD teve 17,92% dos votos – o Chega teve agora 18,06%, praticamente o mesmo.
O número de votos do PRD (1.039 milhões) foi ligeiramente inferior ao do Chega (1.108 milhões) – mas na altura havia menos 1.5 milhões de eleitores do que agora, a escala global era outra.
O último ponto: o número de deputados. O Chega tem 48, o PRD teve 45, também praticamente o mesmo.
E ainda um extra. O tal bipartidarismo não vinha desde o 25 de Abril, como alegou o deputado do Chega: logo a seguir à Revolução o CDS teve 42 deputados e o PCP 40 (em 1976), a APU teve 47 deputados em 1979, 41 deputados em 1980 e 44 deputados em 1983. Todos números quase iguais aos actuais do Chega. O bipartidarismo começou a ser evidente só a partir de 1987, quando a CDU se ficou pelos 31 deputados.
Hugo Soares, secretário-geral do PSD, perguntou logo a seguir: “Sabe o que aconteceu ao PRD, quando deitou o Governo abaixo?”.
Pedro Frazão não respondeu. Em 1987 o PRD, que tinha apoiado o Governo PSD, apresentou uma moção de censura a esse Executivo liderado por Cavaco Silva. A moção de censura foi aprovada por PRD, PS e PCP; o Governo caiu. E o PRD também começou a cair aí: nas legislativas seguintes, ainda em 1987, o PRD caiu para menos de 5% dos votos (de 45 para 7 deputados) e viria a desaparecer da política apenas quatro anos depois.
Parece um queijo suiço este franzino… só buracos de tantos tiros nos pés… vai ser uma risota ver 40 e tal boçais na AR a meterem água por tudo quanto é sitio. E um milhão de patetas a ser levado por gente desta… Vivó circo!
Eu não diria melhor