Um novo satélite – lançado a partir da Base da Força Espacial de Vandenburg, nos EUA – promete revolucionar a monitorização global de emissões de metano, trazendo avanços significativos na ação contra o aquecimento global.
Na semana passada, o Fundo de Defesa Ambiental (EDF) lançou um novo satélite – o MethaneSAT – para rastrear as emissões de metano provenientes de fontes humanas e naturais.
O EDF – sem fins lucrativos – desenvolveu o satélite juntamente com um consórcio de universidades e empresas aeroespaciais.
De acordo com a New Scientist, o MethaneSAT está a orbitar o planeta 15 vezes por dia, fazendo uma recolha independente e (por isso) fundamental, sobre as emissões reportadas por empresas e países.
Ao contrário dos satélites já existentes, que apenas identificam fontes pontuais de metano, o MethaneSAT vai permitir aos investigadores quantificar as emissões nas principais áreas de produção de petróleo e gás, bem como mapear as suas prováveis fontes.
“Precisávamos de ser capazes de ver todas as emissões e resolvê-las no espaço”, disse Steven Hamburg, investigador do EDF, citado pela New Scientist.
O novo satélite usa sensores infravermelhos para medir o metano que “escapa” de todos os principais centros de produção mundiais.
O metano é o gás de efeito estufa mais abundante depois do dióxido de carbono. A produção de petróleo, gás e carvão estão entre as maiores fontes de emissões de metano.
As atuais emissões de metano permanecem mal quantificadas: porque: por um lado, requerem um investimento dispendioso em mecanismos de rastreio; por outro, alguns países não permitem o controlo.
Steven Hamburg diz que, além do controlo das grandes produções de petróleo e gás, importa também medir o metano oriundo da agricultura, de aterros sanitários e até daquele que é libertado pelas pessoas, porque “metano é metano”.
Em parceria com a Google, a EDF também desenvolveu uma base de dados global, para ajudar a ligar deteções de metano com as suas fontes.
“Estamos a mapear tudo!”, garante Steven Hamburg, acrescentando que o satélite vai gerar mais dados, sobre emissões de metano de petróleo e gás, no primeiro ano de operação do que os que foram recolhidos nos últimos 50 anos. Prevê-se que a recolha total fique completa no início de 2025.