A nova iniciativa europeia quer reduzir a dependência dos EUA e apostar em pequenas e médias empresas no setor da Defesa, o que pode beneficiar Portugal.
Num movimento estratégico para fortalecer a indústria de Defesa europeia, a União Europeia lançou um programa ambicioso, mas considerado realista, em resposta aos desafios trazidos pela guerra na Ucrânia e a crescente instabilidade no continente.
Thierry Breton, comissário europeu da Indústria, destacou a urgência de adotar uma “economia de guerra“, enfatizando a necessidade de independência europeia em relação aos aliados tradicionais, como os Estados Unidos, e de reindustrializar o setor da Defesa na Europa.
Este plano visa encorajar os países membros a investir em equipamento militar produzido dentro da Europa, com o objetivo de que, até 2030, pelo menos metade dos orçamentos de Defesa seja destinada a produtos fabricados no continente. Propõe-se ainda que 40% das compras de equipamento militar sejam feitas conjuntamente pelos países membros, visando melhorar a eficiência e reduzir custos através de encomendas em larga escala.
A crise na Ucrânia revelou vulnerabilidades significativas nas capacidades defensivas europeias, com países como a Alemanha a atingirem níveis críticos nas suas reservas de munições. A reação às declarações de Donald Trump sobre os compromissos de defesa da NATO sublinhou ainda mais a necessidade de a Europa assumir uma maior responsabilidade pela sua própria segurança.
O programa da Comissão Europeia inclui um fundo inicial de 1,5 mil milhões de euros para promover compras conjuntas de armamento e sugere a criação de um fundo de Defesa de 100 mil milhões de euros para acelerar o processo de reindustrialização. Apesar disso, especialistas na área admitem que, embora o plano seja um passo importante, pode não ser suficiente para superar todas as debilidades defensivas do continente, aponta a CNN Portugal.
Portugal poderá beneficiar consideravelmente desta estratégia, que favorece uma indústria da Defesa descentralizada e fornece apoio a pequenas e médias empresas através de financiamento.
“A nossa indústria é constituída por indústrias muito pequenas. É uma vulnerabilidade, mas também tem garante de alguma flexibilidade. Seria interessante que Portugal se posicionasse como pronto para ter pólos de tecnologia e de investigação e tornar Portugal uma espécie de Silicon Valley da Defesa da Europa”, comenta o major-general Agostinho Costa.
Além disso, a cooperação com a Ucrânia é vista como fundamental, dado o seu papel como “laboratório” para o desenvolvimento de novas tecnologias de armamento, especialmente em termos de drones e adaptações rápidas ao equipamento militar em resposta às necessidades do campo de batalha.
Isto são boas notícias para Portugal, vamos industrializar portugal no belicismo. Portugal já foi um dos maiores produtores de armas e navios, largamos as armas e dissemos ao mundo como se pratica a diplomacia. Talvez seja o momento de fazermos uma viragem, temos gente qualificada e com vontade de trabalhar, se a europa quiser investir em portugal porque não. Os 27 da união europeia irão agradecer e o benefício será da europa.
Vamos ver se o proximo PM quer ver com olhos postos numa europa única.