Rui Tavares foi, esta quinta-feira, alvo de críticas por vários dirigentes do Bloco de Esquerda – incluindo Mariana Mortágua – por admitir diálogos com a direita em “questões democráticas”. O porta-voz do Livre adverte que a sua posição é a de sempre: “solução à esquerda, oposição à direita, diálogo democrático”.
Esta quinta-feira, numa ação de campanha Odemira (Beja), quando questionado sobre o “pós-10 de março”, Rui Tavares admitiu que é possível dialogar e fazer muita coisa com a direita democrática.
“Há caminho a fazer, não é em tudo, não temos a mesma visão sobre o SNS. A direita propõe coisas para o SNS que não é o que a maior parte das pessoas quer, mas há questões democráticas nas quais podemos dialogar“, disse o porta-voz do Livre.
Como mais tarde justificou, as questões a que Rui Tavares se referia predem-se com “revisões constitucionais, que necessitem de consensos alargados, e não para a governação”, que interessam a qualquer partido democrático – independentemente de ser à esquerda ou à direita.
Recorrendo à rede social X (antigo Twitter), Rui Tavares disse que os títulos que ecoaram em vários media são “enganosos” e lamentou que tenha havido um aproveitamento político dos mesmos – nomeadamente por parte do Bloco de Esquerda (BE).
Nada de equívocos: a posição do @LIVREpt não mudou e não mudará: se houver governo à esquerda somos parte da solução, se houver governo à direita somos parte da oposição. Se calhar o que mudou foi o @LIVREpt subir nas sondagens e há gente a quem a confusão serve. Cautela com isso
— rui tavares (@ruitavares) February 29, 2024
Num comício em Leiria, a porta-voz do BE Mariana Mortágua não foi meiga com Rui Tavares, considerando que é tempo de a esquerda estar “totalmente concentrada em derrotar a aliança PSD-IL e não em projetos de diálogo”.
Só que os “projetos de diálogo” que Rui Tavares pretende levar a cabo com a “aliança PSD-IL” são projetos que interessam também ao BE, como, por exemplo: o combate à corrupção; a reforma da justiça; e a introdução de um círculo de compensação nacional nas eleições legislativas.
“Curiosa a coincidência entre dirigentes e candidatos do mesmo partido [Bloco de Esquerda] na mesma tresleitura. Diz mais do lugar a partir do qual se fala do que da realidade de que se deveria falar”, lamentou Rui Tavares, após os diversos ataques, por parte de dirigentes do BE.
O facto de se ser candidato de outro partido à esquerda não isenta uma pessoa de conhecer as posições dos outros partidos e de não contribuir para as distorcer. Um dia pode ser contigo e o Bloco, @moisesscf, e espero que nenhum dirigente do @LIVREpt se aproveite para cavalgar. https://t.co/Mt9uAocvb8
— rui tavares (@ruitavares) February 29, 2024
O líder do Livre criticou a “campanha de desinformação” fomentada pelos bloquistas, sublinhando várias vezes que nas declarações, em Odemira, deixou clara a sua máxima de sempre:
“solução à esquerda, oposição à direita, diálogo democrático”
Em resumo. O @LIVREpt é parte de uma solução governativa à esquerda. Oposição a uma governação à direita. Interlocutor de diálogo democrático com todos os democratas. E nem uma campanha eleitoral nos faz embarcar em sectarismos e desinformações à esquerda. Nunca mudou nem mudará. https://t.co/d0dWIpkvOF
— rui tavares (@ruitavares) February 29, 2024
A direita democrata não fala com partidos da extrema esquerda, radicais, antidemocratas, e anarquistas.