Plataforma multi-tarefas permite concretizar várias acções. Um “neo-banco” que não é um banco, e que rema no sentido contrário ao das fintech.
O Qonto chegou e inovou. Esta espécie de “neo-banco” é uma ferramenta bancária virada para empresas modernas; uma conta completa para empresas.
Apresenta-se como uma solução bancária flexível, segura e transparente, com desempenho acima da média e projectada para a era digital. É 100% online, não tem filiais, não tem espaços físicos.
A plataforma multi-tarefas permite gerir todos os assuntos financeiros, passando por pagar e receber, controlar despesas, fluxo de caixa e contabilidade.
Tem mais de 450 mil clientes empresariais no planeta mas não está disponível em todos os países. É natural que muitos portugueses nem conheçam.
Mas em França, onde foi criado, haverá milhares de empresários que conhecem o Qonto.
O portal Sifted destaca que o neo-banco registou um aumento de 30% no número de clientes no ano passado, em comparação com 2022. O seu volume de negócios estará na faixa dos vários milhões de euros.
A empresa ainda não é lucrativa mas quer chegar a isso até 2026. A previsão aponta para aumento ligeiro dos custos, mas aumento enorme das receitas – e aí a rentabilidade vai chegar.
A maioria das receitas é proveniente de comissões mensais ou anuais pagas pelos clientes – para planos que variam de 9 a 299 euros por mês – e de comissões cobradas por cada transacção.
As taxas de juro ajudaram no ano passado, apesar de o Qonto oficialmente não ser um banco, mas sim uma instituição de pagamento; tem de proteger o dinheiro dos seus clientes separando-o do seu próprio fluxo de caixa. E tem acordos com parceiros para ser remunerado nas taxas de juro.
O seu modelo de negócio é resiliente à flutuação constante das taxas de juro.
Mas a empresa nem precisa dos juros para um crescimento considerável: em 2023 cresceu 50%, excluindo as taxas de juro.
O Qonto parece ser um concorrente forte no sector. Aliás, parece estar a remar no sentido inverso a muitas fintech, que passam por dificuldades.
“Nunca está feito até estar feito, mas eles conquistaram o mercado, e por uma grande distância”, analisa o investidor Raffi Kamber, que chegou a fazer parte do Qonto nos seus primórdios, em 2016.
Um fundador de outra fintech, não identificado, avisa: “Todos sabem agora que o Qonto está a tentar comprar o mundo inteiro“.
O que falta saber? Dados oficiais. O Qonto não tem publicado números (os que são apresentados aqui são só comparações), não comenta rumores sobre aquisições de rivais, não tem divulgado relatórios. O último foi em 2020 e na altura registou um prejuízo de 27 milhões de euros.
Aparentemente, há muito dinheiro. E há dinheiro para gastar. Mas o segredo é a alma do negócio.
Não estou a ver onde está a novidade nem em que difere do Revolut Business por exemplo…
A melhor coisa é realmente não ser um banco e sim uma instituição de pagamentos.
Quanto mais se foge das garras da banca melhor se está.