Câmara Pereira apareceu: “Sou bom actor. Não sou machista”. A corrupção é “coiso”

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GoncalodaCamaraPereiraOficial / Facebook

Gonçalo da Câmara Pereira

Presidente do PPM vai entrar na campanha da AD. “Sobre corrupção não me meto nisso porque acho que coiso”.

A Aliança Democrática (AD) é composta por três partidos: PSD, CDS e PPM.

Luís Montenegro tem sido o rosto visível desta coligação à direita. O líder do maior partido é, naturalmente, o que tem maior visibilidade.

Nuno Melo (CDS) vai surgindo – apareceu nesta semana numa arruada em Lisboa – mas Gonçalo da Câmara Pereira nunca aparecia, exceptuando o momento da assinatura do acordo entre os três.

Até foi partilhada a indicação de que o PSD deu uma ordem expressa ao líder do PPM: não falar.

Gonçalo da Câmara Pereira deixou, noutros tempos, visões polémicas sobre touradas, relações ou essencialmente sobre mulheres – um tópico repetido nos recentes debates televisivos, sobretudo por parte de Inês de Sousa Real, do PAN.

Nesta quinta-feira houve uma excepção: Gonçalo da Câmara Pereira participou num evento de pré-campanha na Madeira e cedeu uma entrevista à CNN Portugal.

O presidente do PPM foi questionado precisamente sobre as recentes suspeitas de corrupção na Madeira, envolvendo Miguel Albuquerque: “Sobre corrupção não me meto nisso porque acho que coiso” – foi a primeira frase, antes de acrescentar: “Defendo muito as autonomias e isto foi um ataque brutal à autonomia: agarraram em pessoas e raptaram um Governo para irem a Lisboa”.

Em relação a não ter ainda aparecido nos eventos da AD, Câmara Pereira diz que o foco é Luís Montenegro; mas vai entrar na campanha eleitoral “com todo o prazer” e “para ser útil”.

Mas não tem de andar “de mão dada” com Luís Montenegro. “Para andar de mão dada, ando com a minha mulher”, completou.

Gonçalo da Câmara Pereira confessou que espera ser deputado na próxima legislatura – embora seja muito complicado: está apenas no 19.º lugar da lista de deputados da coligação para o círculo eleitoral de Lisboa (onde o PSD conseguiu 13 deputados há dois anos e o CDS nenhum).

O líder do PPM acredita que o seu partido pode ser útil para a AD porque, por exemplo, é o partido “pai da ecologia” em Portugal. E a ecologia, defende, não pode ser usada contra os partidos: “Tem de andar de mão dada com a política”.

Voltando às suas afirmações sobre as mulheres, consideradas racistas, Gonçao da Câmara Pereira justificou as suas palavras com o teatro: “Quando fazia teatro, uma vez saí do palco, de uma peça de Shakespeare e chamaram-me rei Eduardo IV; quer dizer que fui um bom actor”.

“Durante anos fui um bom actor, considero-me hoje em dia um bom actor porque, durante 10 anos, fui contratado para ser um machista na televisão, nos programas lúdicos da manhã do Goucha – e transportaram isso para a política. Não sei se por maldade, se por ignorância (Deus queira que não seja por ignorância, porque a política não precisa de ignorantes). Se me pagam para fazer um papel, eu fiz esse papel e muito bem. Estou muito contente porque o papel resultou: consideram-me um bom actor, confundem a minha postura política com o meu papel como actor”.

E comentou que, hoje, voltaria a fazer aquele papel: “Com certeza que fazia. Sou actor, toda a vida fui actor”.

E assegura que não é machista: “Tenho uma mulher e três filhas. Nunca bati, nem nunca me passou pela cabeça bater numa mulher. Nem com uma flor se bate numa mulher“.

Numa mistura de várias vertentes, num político multifacetado, o líder do PPM lembrou que também é fadista e agricultor: “Eu estou na agricultura a cantar. Se quiser lá ir ver as minhas vacas, eu chamo as vacas a cantar, começo a cantar e as vacas vêm ter comigo”.

Gonçalo da Câmara Pereira ainda não sabe onde estará na noite das eleições, a 10 de Março: “A minha vida é sempre muito complicada. Mas espero estar ao lado dos líderes (da AD), ou na sede do PPM, ou aqui na Madeira”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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5 Comments

  1. “desobrigado” é em bom português, isentar de fazer por obrigação, o que não significa que não possa ser feito, não por obrigação de qualquer natureza, mas porque se entende e conclui que deve ser feito.
    É tudo uma questão de semântica e de bom português, odo qual o candidato Luís Montenegro e seus papagaios, evidenciam um certo défice.

  2. Os monárquicos estão com azar. O seu “pretendente” nem aos monárquicos convence, o seu partido há muito que é uma anedota dirigida por amadores, e este Gonçalo nem para cantar o fado serve. Mas haja esperança. Pode ser que de aqui a cem anos tudo tenha mudado e a Monarquia possa de novo ser vista como uma alternativa válida… Afinal de contas a genética não pode estar sempre contra nós, e o acaso pode trazer um dirigente ao PPM que saiba pensar… Milagres acontecem…

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