A estratégia peculiar de acasalamento do tamboril terá potenciado a evolução e sobrevivência da espécie no mar profundo.
O tamboril destaca-se na forma única e deliciosa como é comido, mas não só.
Como explicou, recentemente, uma notícia do ZAP, o tamboril vive nas profundezas do oceano, onde encontrar um parceiro é um grande desafio…
Tal desafio levou ao desenvolvimento de um “sistema de acasalamento de extremo apego”.
Os machos – que podem ser até dez vezes menores do que as fêmeas – mordem as fêmeas e nunca mais as largam.
Por vezes, pode até acontecer que os dois fundam os corpos, ficando as fêmeas como reservatórios de esperma até à morte. E no pior dos cenários: uma fêmea pode ter, em simultâneo, vários machos mortos colados ao seu corpo.
É assim que funciona o “amor de tamboril”…
Um estudo, publicado recentemente na bioRxiv, revelou que as estratégias reprodutivas únicas deste tipo de peixes terá catalisado a migração dos seus ancestrais para novos habitats, permitindo a sua sobrevivência e estimulando a diversidade hoje encontrada.
Os investigadores da Universidade de Yale (EUA) estudaram a evolução das mais de 160 espécies de peixes-pescadores de águas profundas, conhecidos pelas suas formidáveis (e assustadoras) mandíbulas.
O estudo sugere que o tamboril – originalmente residente no solo marinho – migrou para o fundo dos oceanos, há cerca de 55 milhões de anos, graças às suas barbatanas peitorais.
Essa migração resultou, como descreve a New Scientist, num “surto inesperado de diversidade genética”, em apenas 5 milhões de anos.
Mas como e porquê?
De acordo com o estudo, o segredo por trás deste sucesso evolutivo reside precisamente na estratégia de acasalamento destes peixes.
A forma como os machos prendem as fêmeas promovem uma ligação única que gera um sistema circulatório partilhado – adaptação que é crucial para a sobrevivência no mar profundo e que sempre esteve presente neste animais.
“Grande parte desta características já estavam presentes antes de os ceratióides invadirem o mar profundo,” explica a líder da inestigação, Chase Brownstein citada pela New Scientist.