Quase uma década após o devastador acidente de esqui de que foi vítima, Michael Schumacher continua a ser uma figura respeitada no mundo do automobilismo. Mas o seu estado de saúde continua envolto em secretismo.
Em entrevista ao portal britânico BettingSites, o lendário piloto britânico Johnny Herbert, ex-colega de equipa na Benetton, revelou dados sobre o estado atual de Michael Schumacher e lembrou o legado duradouro do icónico heptacampeão mundial de Fórmula 1.
Herbert, que testemunhou as proezas de Schumacher nas pistas e nos bastidores do circo da F1, diz que a maior parte das informações que tem sobre a saúde do piloto são “coisas que ouve em segunda mão” de pessoas ligadas à modalidade e à família.
Na comunidade da Fórmula 1, diz Herbert, há rumores de Michael Schumacher é capaz de se sentar à mesa para jantar. “Mas não sei se isso é verdade”, nota o piloto.
A preferência da família Schumacher pela privacidade, característica que remonta aos dias de corrida de Michael, deixou a maior parte dos fãs e amigos do antigo campeão mundial às escuras sobre o progresso do seu estado de saúde.
A falta de informação concreta leva Herbert a acreditar que a condição de Schumacher pode não ter melhorado significativamente desde o acidente.
“Todos ansiamos por notícias positivas e aguardamos por uma potencial recuperação. Talvez um avanço científico possa ajudar a trazer de volta o Schumacher que conhecíamos”, diz Herbert.
O antigo piloto britânico nota que o acesso à informação sobre Schumacher é muito limitado, restringido à família e a alguns indivíduos de confiança, incluindo Ross Brawn, Jean Todt e Gerhard Berger.
Para Johnny Herbert, se Schumacher não tivesse tido o trágico acidente de esqui, poderia atualmente estar a aproveitar a sua vasta experiência ao volante de um monolugar para desempenhar funções de gestão numa das equipas de topo. “Talvez fosse hoje diretor de equipa da Mercedes“, diz.
Herbert relembra a personalidade de Schumacher, destacando o seu lado divertido — em particular entre corridas. “Tinha um lado muito sério e competitivo, quando estava em prova, mas entre corridas tinha uma faceta muito divertida, que o público não conhecia”.
“Lembro-me de que nas festas que havia, tinha uma mania de andar a rasgar as camisas a toda a gente. Assim que apanhava alguém com uma camisa de botões, adorava despedaçá-las”, diz o ex-piloto.
Herbert realça na entrevista o caráter de Schumacher, “um homem orientado para a família, com um grande coração, particularmente evidente nas suas interações com os filhos e a sua paixão por cavalos — em contraste com o coração egoísta de piloto ferozmente competitivo quando estava na pista”.
Em dezembro de 2013, Schumacher caiu enquanto fazia esqui com o filho, Mick, nos Alpes franceses, tendo ficado com lesões cerebrais. O piloto bateu com a cabeça numa pedra e ficou entre a vida e a morte.
O piloto alemão foi na altura submetido a duas intervenções cirúrgicas, das quais saiu em coma induzido, em estado crítico mas estável.
Em março de 2014, ainda em coma, Schumacher começou a respirar sem aparelhos, tendo tido alta em setembro, para continuar a recuperação em casa, com a família mais próxima.
Durante algum tempo, o ex-piloto parecia estar a reagir aos tratamentos, alimentando esperanças numa eventual recuperação.
Mas em maio de 2016, Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo e antigo diretor desportivo da Ferrari, revelou detalhes sobre o estado de saúde de Schumacher: tinha piorado drasticamente e tinha a vida por um fio.
Em 2019, circulou a informação de que Schumacher tinha deixado de estar acamado e que a sua vida não dependia de uma máquina, mas a família do piloto pouco tem avançado sobre a sua saúde.
Acidente de Schumacher
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