Os preços dos bens essenciais vão subir de “imediato” já em janeiro e ainda podem vir a agravar-se com a instabilidade do mercado. Mas há um produto do cabaz que “se safa” do aumento.
Um dos primeiros culpados? O fim do IVA Zero, confessa à Renascença o secretário-geral da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) Luís Mira.
Com descidas de “7%, 8%, em média, durante este período”, os preços dos 46 produtos do cabaz do IVA Zero é afetado ainda pelo fim da compensação aos agricultores pelos custos de produção.
Outras questões de mercado — como é o caso do azeite, cuja produção caiu a pique — também influenciam a subida de preços.
A crise política vivida atualmente em Portugal também pode vir a provocar, na opinião do secretário-geral, aumentos dos preços, nomeadamente os custos e investimentos da produção dos bens essenciais.
“A Agricultura depende muito da aplicação eficiente da Política Agrícola Comum. Se não for aplicada com eficiência, aumenta o custo aos produtores e isso reflete-se nos consumidores”, avisa, alertando para os perigos do “clima de instabilidade” para a agricultura.
“Às vezes, há situações que não estamos à espera. Devido às condições climatéricas, conflitos, condições de produção. Tudo pode influenciar o preço“, lembra.
No entanto, o secretário-geral acredita que “não há razões para alarme”, apesar de ser inevitável — mas há um bem no cabaz que se safa do aumento.
Apesar de ser cada vez mais caro produzi-lo, o preço do leite continuará estável, confirma à Renascença o secretário-geral da Associação dos Produtores de Leite de Portugal.
“O que nós, de facto, esperamos é que o preço se mantenha estável para o consumidor. Não haverá grandes oscilações e algum ajuste será sempre pouco significativo”, diz Carlos Neves.
O preço do azeite é pura especulação. Portugal é um dos maiores produtores do azeite mas está a enviar o azeite todo para Espanha para poder depois justificar a subida de preço em Portugal.
Pura especulação.