A Procuradoria Geral da República confirmou este domingo a existência de vários inquéritos para investigar factos relacionados com o denominado Estado Islâmico, um dos quais investiga atividades desenvolvidas nos Açores.
A PGR acrescenta que os inquéritos estão a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e que um deles “investiga atividades desenvolvidas nos Açores“.
“Estes inquéritos encontram-se em segredo de justiça”, refere a PGR, sem acrescentar mais pormenores sobre o assunto.
Na quinta-feira passada, o Expresso divulgou a história de um açoriano que se preparava para ir para a Síria para integrar as fileiras da jihad, mas acabou travado pela Polícia Judiciária na Praia da Vitória.
Por outro lado, o Diário de Notícias tinha avançado na noite de quarta-feira que um homem tinha sido detido por fotografar a Base das Lajes, na ilha Terceira, e que as imagens foram parar a ‘sites’ do Estado Islâmico.
Segundo disse na altura à agência Lusa fonte ligada à investigação, a PJ constituiu arguido e interrogou um cidadão português, residente nos Açores, suspeito de ter ligações a grupos terroristas na Síria.
A mesma fonte indicou que, após o interrogatório, os inspectores da Unidade Nacional de Contra terrorismo (UNCT) da PJ consideram que o arguido não tinha qualquer tipo de contacto com organizações terroristas, pelo que o inquérito foi encerrado.
O arguido foi questionado depois de alegadamente ter mostrado a intenção, via redes sociais, de viajar para a Síria e juntar-se ao Estado Islâmico.
A fonte sublinhou que esta investigação, à semelhança de outras, insere-se no trabalho de monitorização da PJ no combate ao terrorismo, cuja missão é prevenir, detectar e investigar crimes cometidos por organizações terroristas e terrorismo e contra a segurança do Estado, entre outros.
Na sua edição deste sábado, o Expresso deu notícia de que teria havido jihadistas britânicos escondidos em Lisboa a caminho da Síria.
Segundo o semanário, Lisboa terá servido de ponto de passagem para vários jihadistas ingleses que se juntaram ao Estado Islâmico.
O esquema seria organizado por cinco emigrantes portugueses que viviam no bairro de Leyton, em Londres, e que entretanto já terão também partido para a Síria, onde terão chegado a lugares de relevo na estrutura do Estado Islâmico. Ainda segundo o mesmo jornal, serão responsáveis pelo recrutamento, propaganda e angariação de fundos.
Entretanto, já este domingo, o Sunday Times volta a abordar a história de Fábio Poças, de 22 anos, emigrante português radicado em Londres, que terá ido para a Síria para se juntar ao Estado Islâmico.
Segundo o jornal britânico, Poças alega ter-se juntado às “forças especiais” do Estado Islâmico, e terá afirmado que “matar é fácil, ainda mais aqueles que matam Muçulmanos”.
O português, que usa agora o nome de Abdurahman Al Andalus, diz que “vive na Síria, com 3 mulheres”, incluindo uma “noiva jihadista adolescente holandesa”.
Fábio Poças encontrar-se-á em Mambij, uma pequena cidade no norte da Síria, alcunhada de “pequena Londres” devido ao número de residentes jihadistas oriundos da capital britânica.
“Voltarei com uma bandeira negra e com a minha arma”, promete o jihadista, citado pelo mesmo jornal.
ZAP / Lusa
Houve um em Massamá que fugiu para São Bento. Procurem lá, que ainda são capazes de o encontrar.