Antiga CEO tem 8 argumentos no processo contra a TAP. Exige receber 6 milhões de euros da companhia aérea.
Christine Ourmières-Widener foi despedida com justa causa da TAP e, por isso, nunca mais vai trabalhar numa empresa de topo.
A queixa é da própria empresária, antiga directora-executiva da empresa: “Jamais conseguirei voltar a ser uma gestora de topo em companhias aéreas de bandeira ou em companhias cotadas em bolsa, enquanto mantiver esta mancha (despedimento por justa causa) no seu currículo”.
A gestora sente-se “fortemente injustiçada, humilhada e destratada” e diz que a sua carreira “ficou destruída” depois de ter sido “achincalhada” pelo Governo português.
Esta alegação está no processo que Christine apresentou contra a TAP em Setembro, citado nesta quarta-feira no portal ECO.
O mesmo documento deixa um exemplo da mudança profissional: quando foi despedida da TAP em Março, o Governo do Reino Unido forçou logo a francesa a deixar de ser administradora não executiva do instituto nacional de meteorologia local.
E, alega, também há consequências a nível pessoal: “graves perturbações de sono, cansaço e dificuldades de relacionamento familiar e social, desgosto inarrável e rebaixada na dignidade”.
Os argumentos e os 6 milhões
Neste processo contra a TAP, a antiga CEO reforça que não há justa causa para a sua demissão e repete: saiu por motivos “meramente políticos”.
A gestora tem oito argumentos centrais contra a companhia aérea, elenca também o ECO.
Alega que a TAP ignorou “propositadamente” a intervenção do Ministério das Infraestruturas e Habitação ao longo de todo o processo, “o que é absolutamente escandaloso”.
Lembra que a Inspecção-Geral de Finanças recomendava avaliação dos administradores, não a demissão.
Entre outros motivos, queixa-se de falta de fundamentação na alegada “gravidade da ilegalidade” e descreve a demissão como “mera conveniência”.
E também recorda que o Governo a manteve em funções.
Entre salários, prémios, subsídios e reparos por danos reputacionais, Christine Ourmières-Widener está a pedir uma indemnização de praticamente 6 milhões de euros pela forma como foi despedida da TAP.