A maior parte das macadâmias do mundo são produzidas no Havai, onde a árvore desta noz encontra as condições climáticas mais favoráveis ao seu crescimento. Mas… a maior parte das árvores de macadâmia do Havai são clones de uma só árvore australiana.
Segundo um estudo publicado em 2019 na revista Frontiers in Plant Science, cerca de 70% das nozes de macadâmia comerciais do mundo provêm de uma única árvore, situada em Gympie, na Austrália.
De acordo com o estudo, essa árvore em particular — ou, possivelmente, um pequeno número delas — é a progenitora ancestral das plantações comerciais do Havai, que serão seus clones genéticos.
A história do cultivo da macadâmia remonta ao século XIX, quando exploradores transportaram espécimes desta noz, nativa das florestas subtropicais australianas, para o Havai, onde encontraram condições favoráveis para o seu desenvolvimento.
O género taxonómico da macadâmia tem quatro espécies diferentes, mas a maioria das nozes comestíveis é da espécie Macadamia integrifolia.
Segundo a ZME Science, esta noz era já um alimento importante para os povos Aborígenes da região antes da sua popularização global.
No início do século XX, o Havai tornou-se o maior produtor comercial de nozes de macadâmia. Nos últimos 50 anos, a indústria expandiu-se rapidamente, com a Austrália, África do Sul, Quénia e Estados Unidos a tornarem-se também produtores significativos deste apreciado petisco.
Os produtores modernos propagaram as suas plantações a partir de árvores havaianas que, por sua vez, foram clonadas a partir das árvores de Gympie.
O estudo, que envolveu a análise do DNA de centenas de árvores de macadâmia, sugere que as variedades comerciais partilham o mesmo perfil genético, o que sugere haver uma base genética estreita que remonta a uma só árvore — ou a umas poucas árvores — australianas.
Esta uniformidade genética, embora benéfica para a produção consistente, coloca a cultura em risco, por aumentar a probabilidade de ocorrência de doenças e agravar o impacto de alterações climáticas, como já ocorreu com algumas variedades de banana — que estão em extinção.
No entanto, as árvores selvagens de macadâmia da Austrália apresentam uma grande diversidade genética, que lhes oferece uma defesa natural mais eficaz contra estas pressões ambientais.
Assim, poderemos aparentemente contar com macadâmia à nossa mesa para petiscar durante muitos anos — apenas não poderemos provavelmente acompanhar o fruto seco com banana cristalizada.