Os médicos portugueses já estão em Bruxelas para denunciar o estado atual do SNS e fazer pressão, junto da comissária europeia da Saúde, para que ajude a desbloquear um “bom acordo que sirva os médicos e os utentes”.
Esta sexta-feira, a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) vai estar reunida com a comissária europeia da Saúde, em Bruxelas, para expor os problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em declarações à Antena 1, a presidente da Fnam disse que o objetivo é que a União Europeia (UE) ajude a fazer pressão e desbloquear um acordo entre os médicos e o Ministério da Saúde.
“A nossa expetativa é que sintamos solidariedade por parte de quem nos recebe, e que, se calhar, consigam fazer alguma forma de pressão, no sentido de caminharmos num bom acordo que sirva aos médicos, mas, acima de tudo, que sirva à população e aos utentes do Serviço Nacional de Saúde, que é também por eles que estamos a lutar”, apontou Joana Bordalo e Sá.
A Crise no Governo, que abalou o país a 7 de novembro, interrompeu as negociações entre o ministério e os sindicatos dos médicos, mas os profissionais exigem o retomar imediato das conversações, a fim de resolver os “problemas urgentes” do SNS.
Esta segunda-feira, a Fnam disse que o Governo tem a obrigação de acordar “uma atualização salarial, transversal, para todos os médicos, para que deixem de ser dos médicos mais mal pagos da Europa, e para que melhorem as suas condições de trabalho, sem perda de direitos que coloquem médicos e doentes em risco”.
Hoje, em Bruxelas, Joana Bordalo e Sá apresenta as propostas da Fnam para salvar o SNS.
A ideia com este encontro com a comissária europeia da Saúde, explicou dirigente sindical, é “apresentar o retrato do Serviço Nacional de Saúde e fazer um resumo do que tem sido os últimos tempos”.
“Vamos também entregar um manifesto internacional que foi assinado com os nossos congéneres espanhóis, onde defendemos uma saúde pública universal e que seja de qualidade e acessível a toda a população”, acrescentou a presidente da Fnam, sublinhando que é urgente “devolver, atrair e fixar médicos” no público.
Já lá vão 19 meses de negociações entre o Ministério da Saúde e os sindicatos, mas a falta de acordo tem agudizado a luta da classe, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.