“Não conseguimos que Marcelo fale menos”

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Paulo Novais/Lusa

Rui Rocha é contra o processo Efacec e critica António Costa: “Está convencido que é o dono do país”.

A venda da Efacec à Mutares foi concluída nesta quarta-feira, num “dia feliz” para a economia portuguesa, segundo o ministro António Costa e Silva.

Mas a Iniciativa Liberal (IL), tal como outros partidos da oposição, não ficou feliz com este processo – que ainda contará com uma injecção final de 160 milhões de euros por parte do Estado.

Rui Rocha acha que este caso foi “muito mal conduzido” pelo Governo: “Tudo isto é demasiado nebuloso, é demasiado dinheiro, é de facto um sorvedouro, como nós dissemos. É inaceitável”.

Em entrevista ao Diário de Notícias, o líder da IL, reforçou que o partido quer uma comissão parlamentar de inquérito sobre esse processo.

Quando a conversa mudou para o Orçamento do Estado, foi questionado sobre a análise de Marcelo Rebelo de Sousa, que disse: “Não vejo como seria possível fazer um orçamento muito diferente”.

A reacção de Rui Rocha: “Se há uma coisa que nós não conseguimos de alguma maneira influenciar o Presidente da República, é para que ele fale menos. Portanto isso é algo que nós já percebemos que não é possível assegurar”.

“Já fui muito crítico dessa intervenção mas já percebemos, não é possível chegar a esse resultado que seria um Presidente da República um pouco mais conciso e um pouco mais contido”, continuou o presidente da IL.

Rui Rocha explica que as tais intervenções mais concisas, mais contidas, iriam “valorizar a função” que Marcelo exerce.

Em relação à análise do presidente “apertado” ao Orçamento do Estado: “Tem a ver sobretudo com a gestão tática que o Presidente e o primeiro-ministro vão fazendo de aperta e de afrouxa – aperta em determinados momentos, noutros momentos afrouxa. Entendo que o Presidente da República, apertando em determinados momentos, tem que recuar algo noutros momentos para não haver um clima de conflito permanente”.

Rui Rocha viu um momento “inaceitável” durante o debate do orçamento: o facto de João Galamba ter encerrado esse debate. “O primeiro-ministro usa o debate do Orçamento para colocar a encerrar João Galamba, sem contraditório, sem possibilidade nenhuma de contraditório dos próprios deputados, numa manobra claramente de desafio ao Presidente da República. Acho isto uma coisa inaceitável“, analisou.

E explicou: “Estamos outra vez no momento em que o primeiro-ministro está convencido que é o dono do país, que dispõe do país, que desafia o Presidente da República, que desafia o país”.

ZAP //

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