A maioria das gravuras representa camelos machos e os cientistas especulam que tiram sido esculpidas durante a época de acasalamento.
Numa descoberta revolucionária, uma equipa de arqueólogos desenterrou um conjunto de gravuras de camelos numa saliência rochosa perto da extremidade sul do deserto Nafud, na Arábia Saudita.
A obra de arte retrata uma dúzia de camelos selvagens em tamanho real, uma espécie que já percorreu esta parte da Península Arábica, mas que desde então se extinguiu e continua sem nome. O estudo foi publicado na revista Archaeological Research in Asia.
O local, denominado Sahout, já era conhecido pelos arqueólogos, mas é a primeira vez que se notam as gravuras de camelos. “Pode-se ver que as esculturas foram feitas em várias fases e são estilisticamente diferentes”, explica a autora principal do estudo, Maria Guagnin, uma investigadora do Instituto Max Planck de Geoantropologia na Alemanha.
Acrescentando à complexidade de datar o local, a maioria das esculturas está localizada em fendas, tornando a datação por radiocarbono um desafio. No entanto, a datação de trincheiras e lareiras próximas sugere que o local foi ocupado entre o Pleistoceno (há entre 2,6 milhões e 11 700 anos) e o Holoceno Médio (há entre 7000 e 5000 anos atrás).
A arte meticulosa das esculturas pode oferecer pistas para a sua origem. Guagnin observou que a maioria das esculturas são camelos machos, alguns até exibindo a sua dulla, um órgão que os camelos machos usam para atrair fêmeas.
Isto gerou a hipótese de que a obra de arte terá sido criada durante a época de acasalamento dos camelos, entre novembro e março, explica o Live Science.
“Os camelos selvagens também não tinham ainda mudado o pêlo e ainda tinham o seu pêlo de inverno,” acrescentou Guagnin, dando outra pista para a datação da obra de arte.
O significado do local Sahout continua a ser um enigma, pois não há uma fonte de água conhecida nas proximidades. “Talvez fosse um bom ponto de paragem a caminho de outro local. Deve ter sido um local importante, mas neste momento, não temos a certeza porquê,” disse Guagnin.
Trata-se não de um camelo mas sim de um dromedário.
O camelo é como o Areias, têm duas bossas e muito pêlo, pois é originário da ásia central.