As taxas de juro atingem valores nunca vistos e as famílias têm ainda mais dificuldades para pagar os empréstimos.
Fazer contas mês após mês – ou dia após dia – é habitual em milhares de casas portuguesas.
Mas desde que começou a guerra na Ucrânia, e com as taxas de juro a atingirem valores inéditos, “dinheiro” passou a ser uma palavra ainda mais habitual em conversas familiares.
Sobretudo para quem tem empréstimos para pagar porque a subida das taxas Euribor mexe com a mensalidade que o cliente paga ao banco, normalmente no crédito à habitação.
Nesse contexto, a Doutor Finanças, empresa especializada em finanças pessoais e familiares, deixa caminhos possíveis para renegociação de créditos – e para minimizar o risco de incumprimento.
Primeiro passo: consultar o Mapa de Responsabilidades de Crédito.
Segundo passo: calcular a nossa taxa de esforço – o peso do crédito no orçamento familiar.
O terceiro passo já é no banco. Ao falar com os responsáveis bancários, para tentar diminuir a prestação, podemos tentar alterar: spread; prazo do indexante (Euribor a três, seis ou 12 meses); regime da taxa de juro (fixa ou variável); prazo para pagar o empréstimo e a modalidade de reembolso.
E também é possível renegociar os produtos associados ao crédito habitação.
Em relação ao possível incumprimento do contrato de crédito: olhando para o Plano de Acção para o Risco de Incumprimento (PARI) e para a situação financeira do cliente, a instituição de crédito pode propor a alteração de uma ou mais condições do contrato.
Há algumas hipóteses de alterações: adiar parte do capital para uma prestação futura; alargar o prazo de amortização do contrato de crédito; fixar um período de carência de reembolso do capital ou de reembolso do capital e de pagamento de juros; reduzir a taxa de juro do contrato durante um determinado período.
Mas há o outro lado do processo: alargar o prazo dos empréstimos vai tornar esse empréstimo mais caro para o cliente. Ou seja, esta não é uma opção que só traz vantagens: é uma reorganização financeira, uma solução de um problema e uma via para evitar maiores riscos.
Para quem tenha mais do que um crédito ao consumo, a consolidação de créditos também é uma possibilidade para baixar a prestação mensal dos empréstimos.
Na consolidação de créditos, paga-se uma única prestação por todos os financiamentos (com uma taxa de juro mais baixa, que permite poupar, em certos casos, até 60% no total dos encargos).
Para os clientes que já têm prestações em atraso, o conselho é evitar tribunais e solicitar a integração no procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento (PERSI) para renegociar os créditos, obtendo assim novas condições contratuais.