O esquema avanço-recuo nas directrizes da OMS sobre o aspartame tem um “óbvio conflito de interesses” e “não é credível”.
O aspartame, entre outros adoçantes artificais, não é eficaz na perda de peso e até pode aumentar o risco de diabetes, de doenças cardiovasculares e mesmo de morte.
Esta foi a descrição da Organização Mundial da Saúde (OMS), que avisou que esses adoçantes sem açúcar não deveriam ser consumidos. Isto em Maio.
Em Julho, o patamar passou a ser outro: o aspartame é “possivelmente carcinogénico para os seres humanos”.
Mas ainda foi publicado um terceiro relatório da OMS: afinal, o aspartame pode continuar a ser consumido de forma moderada; é seguro.
Há uma explicação para isto: um esquema de corrupção na indústria das bebidas que liga os consultores da OMS a uma empresa de fachada da Coca-Cola.
A conclusão chega num relatório do grupo de defesa de saúde pública nos Estados Unidos da América, o US Right-To-Know.
O documento indica que a empresa de fachada da Coca-Cola influenciou os oito membros do painel da OMS que avaliaram a segurança do aspartame.
Esses elementos da OMS são consultores da indústria de bebidas e trabalham – ou trabalharam – com o International Life Sciences Institute, que estará ligado à Coca-Cola.
É que o International Life Sciences Institute foi fundado em 1978 por um responsável da Coca-Cola (que continuou a trabalhar na empresa de bebidas até há dois anos, 2021), cita o The Guardian.
Outros executivos da Coca-Cola trabalharam com o International Life Sciences Institute.
Há aparentes declarações fiscais que mostram milhões de euros em doações da Coca-Cola.
Isto é um “óbvio conflito de interesses”, alega a entidade. E, por isso, as conclusões apresentadas nos relatórios da OMS “não são fiáveis e o público não deve confiar nelas”.
Quem confiou cegamente nas diretrizes da OMS ao longo dos últimos anos deve estar a sentir-se mal