A China vai fortalecer a cooperação militar com o Irão e Bielorrússia e os países membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), incluindo a Rússia, anunciou hoje o ministro da Defesa chinês, Li Shangfu.
“Vamos continuar a fortalecer o mecanismo de cooperação de segurança dentro da OCS, aprofundando ativamente a cooperação no âmbito da Defesa com o novo membro da organização, o Irão, e a Bielorrússia, que em breve integrará a OCS”, afirmou Li Shangfu.
Num discurso proferido na XI Conferência Internacional de Segurança, em Moscovo, o ministro chinês assegurou que o seu país apoia uma resolução política para os conflitos, incluindo o da Ucrânia.
“Vamos continuar empenhados em contribuir para as conversações de paz e construir um consenso internacional mais amplo para resolver conflitos, seja no Afeganistão, na Síria, na Península Coreana, na Ucrânia ou na questão nuclear iraniana”, acrescentou, citado pela agência russa TASS.
Criada em 2001, a OCS reúne China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Índia, Paquistão e Irão. A Bielorrússia, com estatuto de observador, deve juntar-se, em breve.
Li vai visitar também esta semana Minsk, onde vai reunir e conversar com os líderes do país e do exército, e visitar as unidades militares bielorrussas, de acordo com o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Wu Qian.
Nomeado ministro da Defesa em março passado, Li foi alvo de sanções em 2018 pelos Estados Unidos, acusado de comprar armas à empresa estatal russa Rosoboronexport.
Rússia e China concordaram fortalecer a cooperação militar para aumentar a confiança mútua entre as suas Forças Armadas, disseram os dois países num comunicado conjunto, após uma reunião no Kremlin entre os presidentes russo e chinês, Vladimir Putin e Xi Jinping, respetivamente, em março passado.
Em abril, os dois países anunciaram uma aliança militar “sem limites”. O Ministro da Defesa chinês e o seu homólogo russo, Sergey Shoigu, assinaram um acordo para o reforço da cooperação militar entre as suas academias e diferentes sectores das Forças Armadas, que inclui a realização mais frequente de exercícios conjuntos e operações de patrulha e a partilha de tecnologia militar.
A nova parceria “sem limites” entre as duas potências está a preocupar os responsáveis militares norte-americanos, que temem que a 3.ª Guerra Mundial esteja mais próxima. William Burns, director da CIA, acredita que a “liderança chinesa está a considerar fornecer equipamentos letais” à Rússia.
ZAP // Lusa
Olha aí a OTAN da Asia. Ja sabemos quem deu o primeiro tiro para a Ucrânia, resta saber quando vem outros.