Cientistas russos querem clonar exemplares dos extintos mamutes, já no início deste ano, a partir de restos mortais que se encontram em bom estado.
Os cientistas pretendem “reanimar” os antigos habitantes da Terra a partir de material genético descoberto há um ano e meio no pergelissolo – solo permanentemente congelado – das ilhas da Nova Sibéria.
A etapa mais importante da clonagem incidirá sobre a procura de células vivas. Até agora, não tinham sido encontradas células vivas nos diversos restos mortais descobertos nas últimas décadas.
Mas o mamute encontrado nas ilhas da Nova Sibéria incute esperança. O paquiderme jurássico teve as condições de conservação ideais: em épocas muito remotas, o animal caiu num poço com água, que se congelou e nunca mais descongelou.
A carne do animal tem cor vermelha e o seu sangue está também conservado, explica à RVR o director do Museu de Mamutes da Universidade Federal Nordeste, Semyon Grigoriev.
Segundo o perito, o mamute congelado das ilhas da Nova Sibéria conservou da melhor forma os tecidos moles. É também um fenómeno sem precedentes nos últimos 200 anos de investigação nesta área.
“Isto não significa que vamos ressuscitar os mamutes e que estes se vão espalhar de novo pela região do Ártico. Se encontrarmos uma célula viva, surgirão outros problemas – por exemplo, a compatibilidade do ADN do mamute com o do elefante indiano”, diz Grigoriev.
“São, eventualmente, representantes de espécies diferentes. Nesse caso, a clonagem será inviável”, acrescenta o cientista.
Da equipa de cientistas russos fazem parte investigadores da Coreia do Sul com grande experiência de clonagem de animais domésticos, incluindo cães. Em 2011, os cientistas sul-coreanos conseguiram clones de lobo e de coiote.
Na Sibéria vai ser montado um laboratório conjunto, com moderno equipamento sul-coreano.
Ninguém na equipa coloca a hipótese de recriar a população de mamutes siberianos. Para tal, seria preciso clonar no mínimo 30 exemplares, o que é inviável.
“Mas a clonagem de um só mamute, só por si já será uma sensação, um enorme sucesso”, garante Semyon Grigoriev.
ZAP / RVR