Sergei Surovikin, chefe das forças aeroespaciais russas e ex-comandante supremo doas forças russas na Ucrânia, está desaparecido, e estará detido em Moscovo, alimentando especulações acerca do seu alegado conhecimento prévio da revolta liderada por Yevgeny Prigozhin.
O General Sergei Surovikin não é visto desde sábado, data em que o líder do grupo paramilitar Wagner suspendeu a marcha de protesto contra o comando militar russo, quando se encontrava a 200 km de Moscovo.
Segundo o jornal The Moscow Times, que cita fontes do Ministério da Defesa russo que pediram anonimato, Surovikin estará detido em Moscovo.
“A situação para ele não é boa. Para as autoridades. Não posso dizer mais nada”, disse ao jornal moscovita uma das fontes.
A outra das fontes citada acrescenta que a detenção de Surovikin ocorreu “no contexto de Prigozhin“.
De acordo com o New York Times, fontes de inteligência ocidentais relataram que Surovikin poderia ter conhecimento da revolta do Grupo Wagner.
Esta alegação, realça o The Guardian, ainda não foi confirmada, não se sabendo se Surovikin participou ativamente nos planos de Yevgeny Prigozhin.
A revolta poderia ter como objetivo também o rapto do Ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, e do chefe das forças armadas russas, Valery Gerasimov.
Segundo o jornal britânico, o conhecimento prévio de Surovikin poderia eventualmente explicar a resposta militar pouco robusta dada pelo exército russo ao levantamento do grupo mercenário.
Segundo Lawrence Freedman, professor emérito de estudos de guerra no King’s College London, Surovikin poderia estar insatisfeito com a liderança de Shoigu e Gerasimov, mas não é certo que apoiasse um golpe de estado.
Apesar dessas especulações, muitos analistas duvidam que Surovikin, um lealista, participasse numa revolta total. O analista militar americano Rob Lee realça que seria peculiar as tropas de Wagner estarem a lutar contra forças teoricamente leais a Surovikin se ele estivesse ativamente a apoiar a revolta.
Estima-se que o Grupo Wagner tenha na Ucrânia uma força de 15.000 homens, dos quais cerca de 8.000 estiveram envolvidos na marcha sobre Moscovo, de acordo com um relatório do Daily Telegraph citado pelo The Guardian.
Com a maior parte do exército russo envolvida na frente de batalha na Ucrânia, a defesa de Moscovo contra os revoltosos foi assegurada por reservas da Guarda Nacional russa.