A missão Parker Solar Probe, da NASA, revelou novas provas de que um acontecimento violento e catastrófico deu origem às Gemínidas, uma das mais intensas e emocionantes chuvas de meteoros.
Os amantes do Espaço não nos deixam mentir: a chuva das Gemínidas é uma das mais aguardadas e excitantes chuvas de meteoros para estes aficionados, mas a sua origem está envolta em mistério há muito tempo.
Enquanto a maioria das chuvas de estrelas são causadas por cometas de poeira e gelo em órbita do Sol, as Gemínidas são causadas por um asteróide chamado 3200 Phaethon.
Quando um cometa se aproxima do Sol, o gelo evapora e liberta gás, começando a desintegrar-se e a criar um rasto de poeira. Lentamente, este processo repetido preenche a órbita do corpo celeste com material que produz, então, uma chuva de meteoros à medida que a Terra passa por esse fluxo.
O mesmo não acontece no caso das Gemínidas. Este fenómeno é desencadeado por um asteróide que, ao contrário dos cometas, não é afetado pelo calor do Sol. Este detalhe intrigou os cientistas, que se interrogaram durante bastante tempo sobre o que terá causado a formação do fluxo do Phaethon no céu noturno.
Recentemente, a missão Parker Solar Probe, da NASA, deu-lhes uma resposta.
Aproveitando a trajetória de voo da sonda – uma órbita que orbita a apenas milhões de quilómetros da nossa estrela e, portanto, mais perto do que qualquer outra nave espacial da história –, os cientistas conseguiram obter a melhor visão direta até ao momento dos grãos de poeira que se desprendem dos cometas e dos asteróides que por lá passam.
Construída e dirigida pelo Laboratório de Física Aplicada (APL) da Universidade Johns Hopkins, a Parker Solar Probe não tem um contador de poeira com leituras precisas de massa, composição, velocidade e direção dos grãos. No entanto, os grãos de poeira projetam a sonda ao longo da sua trajetória e os impactos de alta velocidade criam sinais elétricos únicos e nuvens de plasma que produzem sinais elétricos capazes de ser captados por sensores do instrumento FIELDS da sonda.
Para conhecer a origem da corrente das Gemínidas, os cientistas usaram estes dados para modelar três cenários possíveis de formação. Depois, compararam estes modelos com os já existentes criados a partir de observações baseadas na Terra.
De acordo com o comunicado da NASA, que cita o artigo científico publicado este mês no The Planetary Science Journal, a análise revelou que os modelos violentos eram mais consistentes com os dados da Parker.
Isto significa que um acontecimento catastrófico, como uma colisão a alta velocidade com outro corpo ou uma explosão gasosa, terá sido muito provavelmente o responsável pela criação da corrente das Gemínidas.
As Gemínidas podem ser observadas a olho nu, sem a necessidade de qualquer instrumento, mas é recomendável apagar as luzes e dar aos olhos o tempo necessário para que se adaptem à escuridão.