O tiro que saiu pela culatra. A coutada dos famosos Médici pode tê-los matado

Cientistas descobriram que a famosa área de caça da família Médici pode tê-la matado.

Os Médicis eram uma família italiana muito rica e poderosa que exerceu grande influência na Florença renascentista.

Em 1531, os Médici tornaram-se os líderes hereditários do Ducado de Florença, que foi elevado à categoria de grão-ducado, em 1569.

Dava-se, assim, origem ao Grão-Ducado da Toscana, que os Médici governaram até meados do século XVI.

Devido ao seu poder e estatuto, era-lhes permitido que enterrassem os seus mortos na Basílica de São Lourenço, no centro de Florença.

Os corpos da família foram recentemente analisados por cientistas que descobriram que a malária pode ter sido a doença responsável pelo seu fim.

De acordo com a Live Science, os pesquisadores encontraram evidências do parasita causador da malária.

O estudo foi publicado em maio, na revista Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças.

A equipa de investigação descobriu, numa amostra de um membro (desconhecido) da família, estruturas semelhantes aos genes dos parasitas, nos glóbulos vermelhos.

Os cientistas sabiam que, no século XX, a malária era endémica, naquela região.

No entanto, presumiram que fosse a espécie P. vivax – que causa uma forma mais branda da doença – e não a P. falciparum – que é mais mortal e geralmente favorece climas tropicais.

Área de caça terá sido mesmo fatal

Os Médici tinham uma coutada – zona de caça exclusiva – nos pântanos de Florença, onde, segundo os cientistas, havia um ambiente perfeito para o desenvolvimento dos mosquitos transmissores da malária.

Se para aquele membro da família a picada do mosquito terá sido fatal, outros poderão muito facilmente ter levado o mesmo fim.

No entanto, o desconhecimento do Médici analisado torna mais difícil interpretar resultados e tirar conclusões.

Seja como for, a pesquisa sugere que, naquela região, a malária foi mais disseminada do que alguma vez se pensou, como explicou Albert Zink, diretor do Instituto de Estudos de Múmias, em Itália, onde a pesquisa foi realizada.

Além disso, também se descobriu que a espécie mais virulenta – P. falciparum – terá conseguido sobreviver no clima temperado italiano.

E, finalmente, também foi possível estabelecer ligações mais conclusivas entre a malária e o fim dos (ou de alguns) Médici.

“Esta é uma prova clara de algo que já se suspeitava, mas nunca tinha sido mostrado desta forma”, disse Albert Zink.

Miguel Esteves, ZAP //

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