Estudo contou com dados de 300 mil pessoas. Especialistas utilizaram quatro métodos separados para agrupar casos.
A insuficiência cardíaca afecta, ou já afectou, milhares de portugueses e milhões de pessoas nos outros países.
O coração deixa de bombear o sangue normalmente. Origina falta de ar, fadiga, pernas inchadas e batimentos cardíacos acelerados.
A Inteligência Artificial (IA) volta a ajudar o ser humano, desta vez a aprofundar o estudo deste problema de saúde.
Especialistas da Universidade College London (UCL), Inglaterra, conseguiram detectar cinco subtipos de insuficiência cardíaca graças à ajuda da Inteligência Artificial.
Todos os pacientes avaliados tinham 30 anos ou mais e foram diagnosticados com insuficiência cardíaca no Reino Unido nos últimos 20 anos.
O estudo, que contou com dados anónimos de aproximadamente 300 mil pessoas, foi publicado neste mês no The Lancet Digital Health.
Idade, sintomas, outros problemas, medicação e resultados de exames e outras avaliações foram factores para a divisão dos subtipos.
Os autores da análise condicionaram as ferramentas de IA para identificar os subtipos mais evidentes e depois validou as descobertas utilizando dados da população.
Os subtipos foram identificados e classificados: início precoce, início tardio, relacionado com fibrilação atrial (que origina ritmo cardíaco irregular), metabólico (ligado à obesidade, mas com baixa taxa de doença cardiovascular) e cardiometabólico (ligado à obesidade e doenças cardiovasculares).
Em relação ao risco de mortalidade, os especialistas viram que, no ano após o diagnóstico, o risco de mortalidade por todas as causas era de 20% para aqueles do subtipo início precoce; de 46% para início tardio; de 61% nas relações com fibrilação atrial; de 11% nos casos metabólicos; e de 37% nos quadros cardiometabólicos.
Também foi desenvolvida uma aplicação: os médicos podem determinar o subtipo de insuficiência cardíaca possui, o que pode melhorar as previsões de risco e informar as discussões com os pacientes.
No fundo, com estes resultados, acreditam os autores do estudo, os médicos vão entender melhor a insuficiência cardíaca e explicá-la melhor aos pacientes.
Porque ainda é complicado definir a progressão da doença: há pessoas que ficam estáveis durante muitos anos, outras pioram rapidamente.
E os autores esperam que esta classificação faça diferença, na prática, para os pacientes: melhorar as previsões de risco e a qualidade das informações fornecidas pelos médicos e mudar o tratamento dos pacientes.