A ideia de que o T. rex é uma criatura imponente e que nenhum outro dinossauro o conseguia assustar não é propriamente correta.
Os filmes da saga Jurassic Park ajudaram, em grande parte, a montar a imagem cerebral que temos dos dinossauros. O Tyrannosaurus rex, mais conhecido por T. rex, é talvez a personagem principal do nosso imaginário. Pensamos nele como uma criatura feroz, talvez até a mais temida do reino animal há 66 milhões de anos.
A realidade pode, no entanto, deixar a desejar. De acordo com o mais recente documentário da Apple TV+, Prehistoric Planet, o T. rex preferia mais evitar conflitos e fugir do que propriamente entrar em confrontos.
No documentário, a certa altura, surge um Quetzalcoatlus, um pterossauro com seis metros de altura, ligeiramente maior do que o T.rex. Uma reconstrução 3D mostra o dinossauro terrestre receoso, que começa a recuar à medida que surge outro predador.
A icónica voz de David Attenborough narra o momento e explica que uma única bicada do Quetzalcoatlus pode cegar um olho do tiranossauro.
“É claro que toda a gente pensa sempre no Tyrannosaurus rex como o predador supremo: uma máquina de matar imparável que corta as outras coisas ao meio”, diz o paleontólogo Darren Naish, em declarações à BBC Science Focus.
“Mas nenhum predador se comporta desta forma. Todos os predadores fazem coisas para minimizar o risco de ferimentos e morte para si próprios. Há casos em que o seu comportamento é muito conservador, quase covarde. O tamanho de uma girafa é ligeiramente maior do que o T. rex”, acrescenta.
É mais uma novidade dececionante na sequência do recente estudo que sugere que o focinho do mítico tiranossauro era mais parecido com o dos lagartos, com lábios, do que com o dos crocodilos, com os seus grandes dentes expostos.
Mas, como é que os investigadores podem inferir o comportamento do T. rex em situações como a vista no vídeo? Não é mero achismo. São retratos baseados em evidências científicas.
Naish explica que a resposta vem de uma combinação de fatores, nomeadamente a sua anatomia e o comportamento de animais de hoje que são semelhantes a estes animais extintos.