As respostas ambíguas de Zelenskyy sobre o “nada” que é Bakhmut

Louise Delmotte/EPA

Volodymyr Zelenskyy

O “não me parece” em dois contextos e o retrato de uma cidade que tinha 80 mil habitantes antes da guerra.

O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin, anunciou no sábado a conquista total da cidade de Bakhmut.

Bakhmut, que nem era cidade muito importante a nível estratégico ou económico, transformou-se no palco da batalha mais longa e sangrenta desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, há mais de um ano.

O Grupo Wagner anunciou a “tomada na totalidade” da zona, algo que foi confirmado depois pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Neste domingo, Volodymyr Zelenskyy, que está no Japão, foi questionado sobre esse anúncio russo.

Primeira versão: “Não me parece”, respondeu Zelensky aos jornalistas em Hiroxima, ao ser questionado sobre se a cidade do leste da Ucrânia ainda estava nas mãos das forças ucranianas.

“Os nossos defensores em Bakhmut fizeram um bom trabalho e, naturalmente, apreciamos o excelente trabalho que realizaram”, afirmou.

Segunda versão: o jornalista tinha perguntado se os russos tinham capturado Bakhmut. Resposta do Presidente: “Não me parece”.

“Desta forma, o presidente negou a captura de Bakhmut” – esclareceu mais tarde o assessor de imprensa de Zelenskyy Sergii Nykyforov, citado na agência Reuters.

Seja qual for a situação, o presidente da Ucrânia considera que quem ficar a controlar Bakhmut ficará com… nada.

“O que tem de compreender é que não lá existe nada, todos os edifícios foram destruídos”, descreveu.

“Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações. Não há nada. Bem, muitos soldados russos mortos, mas eles vieram por nossa causa”, completou Volodymyr Zelenskyy.

Bakhmut tinha cerca de 80 mil habitantes antes do início da guerra.