“Foi iniciativa da Santa Sé.” É desta forma que a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, em 2023, rejeita responsabilidades pelo selo comemorativo do evento que está a causar polémica por ser “inspirado” no Estado Novo.
O selo, lançado pelo Vaticano para assinalar a JMJ em Lisboa, neste ano, apresenta um desenho do Padrão dos Descobrimentos, com o Papa a vestir a “pele” do Infante D. Henrique à frente de um grupo de jovens que substituem os navegadores que surgem no monumento.
As redes sociais animaram-se com a iniciativa, deixando muitas críticas por se considerar que o selo reporta para o “imaginário” da propaganda do Estado Novo, até pelas semelhanças que apresenta com as imagens dos livros escolares dessa época.
É de “muito mau gosto” e com uma “base de inspiração muito má“, lamenta o bispo Carlos Moreira Azevedo, delegado do Comité Pontifício para as Ciências Históricas, em declarações à TSF.
“É polémico e acentuadamente nacionalista para um evento que tem um carácter extremamente universal”, critica ainda o bispo, notando que “a execução gráfica também não parece ser de grande nível”.
“Foi uma iniciativa da Santa Sé”
“A organização da JMJ não tem responsabilidade sobre esta iniciativa”, garante a porta-voz da JMJ em Lisboa, Rosa Pedroso Lima, também em declarações à TSF.
Esta responsável sublinha que “é uma emissão especial de um selo da responsabilidade do Vaticano” para promover o evento. “Isto foi uma iniciativa da Santa Sé, como muitas outras”, aponta ainda Pedroso Lima.
O selo foi desenhado por Stefano Morri, um ilustrador que “já é habitué na produção de materiais e peças de ilustração dos selos da Cidade do Vaticano”, como nota a porta-voz da JMJ.
“Escolheu um monumento nacional que representa e simboliza, na sua opinião, Lisboa e, de acordo com a descrição que nos foi enviada e a todos os órgãos de comunicação social pelo Vatican News, o objectivo é desenhar o Papa guiando os jovens e a Igreja para uma nova época e aquilo que representa simbolicamente o Padrão dos Descobrimentos, numa alegoria à barca de São Pedro”, explica ainda Rosa Pedroso Lima.
“Estes são os objetivos e as intenções expressas pelo Vaticano. Não nos compete a nós duvidar dessas intenções”, conclui.
No site de notícias do Vaticano, o Vatican News, refere-se que o selo “é inspirado no “Padrão dos Descobrimentos”, o monumento que retrata a expansão além-mar de Portugal” e as “grandes navegações” portuguesas do século XV.
“Da mesma forma como o timoneiro D. Henrique lidera a tripulação na descoberta do novo mundo, assim também no selo do Vaticano, o Papa Francisco conduz os jovens e a Igreja, representada pela barca de Pedro, na descoberta desta “mudança de época”“, nota o Vatican News, frisando que o faz “sem se resignar a navegar apenas em águas rasas a ponto de ignorar a realidade do porto que os aguarda”.
O Papa “conduz os jovens para o futuro”, constata ainda o Vatican News.
Jornada Mundial da Juventude - JMJ 2023
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Um selo de propaganda liberal/maçónica.
Preferia uma foice e martelo e o busto de Lenine num cantinho, não era?
Um selo que relembra o empreendedorismo de Portugal quando partiu mar a dentro no caminho do desconhecido e deu novos mundos ao mundo!
As pessoas que não gostam de ver um símbolo e marco da história de Portugal servir de base para o registo de um evento como este, deviam era ser deportados e devia-lhes ser retirada a nacionalidade.
Portugal é antigo. Tem história. Tem muita e boa história. A história é recheada de coisas boas e más. Mas é da história que se faz com que uma nação mereça respeito.
A política não é para aqui chamada. Muito menos a que teima em rejeitar o que nós fomos e o que nos faz ser reconhecidos actualmente.
Ao que parece, história essa que até é reconhecida e valorizada pelos estrangeiros, tal como o criador do selo.
Não vejo nada de errado no selo. Cambada de sociedade comuna que não pode ver nada que cheire a direita
Comentar o quê? Em Portugal tudo se pode dizer pois não há respeito por nada nem por ninguém. Um selo é um selo e só tenho pena de não o ter para a minha coleção. Armando Ribeiro