Macron está com a mira apontada aos Estados Unidos e à China e já anunciou o seu próprio pacote de medidas para apoiar a indústria europeia e a transição para as energias verdes.
Depois de ter dito durante a sua visita a Pequim que a Europa não deve seguir os Estados Unidos cegamente no conflito entre a China e Taiwan, Emmanuel Macron voltou ao ataque aos aliados do outro lado do Atlântico.
O presidente francês apresentou esta quinta-feira uma proposta que é uma resposta directa aos subsídios estatais que Washington está a dar aos produtores de carros eléctricos norte-americanos, escreve o Politico.
Macron garante que, até ao final deste ano, a lei francesa actual será alterada para que sejam dados benefícios aos produtores europeus de veículos eléctricos. O chefe de Estado convidou ainda outros parceiros europeus, particularmente em países com uma vasta indústria automóvel, como a Alemanha, a fazer o mesmo.
Desde a aprovação do pacote legislativo Inflation Reduction Act em Agosto de 2022 que está a pairar no ar uma ameaça de guerra comercial transatlântica. Em causa estão os apoios públicos que a lei prevê para as indústrias verdes norte-americanas, que a União Europeia alega ser uma forma de incentivar a concorrência desleal e de prejudicar as empresas europeias.
Emmanuel Macron tem sido uma das vozes mais firmes do lado europeu a criticar as medidas norte-americanas. “Seremos o primeiro país europeu a reformar os critérios para a alocação do bónus dos carros. É uma pequena revolução que queremos trazer ao nível europeu”, afirmou o chefe de Estado francês no Palácio do Eliseu, durante um evento que contou com a presença do Comissário do Mercado Interno da UE, Thierry Breton.
A lei francesa vai chegar ao parlamento este verão e inspira-se claramente na lei americana. O pacote inclui medidas como créditos fiscais para vários sectores, como as baterias, bombas de calor e as energias eólica e solar. Macron prevê que as medidas gerem 20 mil milhões de euros em novos investimentos até 2030.
A nova medida francesa também tem como alvo a China, que também dá subsídios à sua indústria automóvel e que está a atacar o mesmo segmento do mercado ocupado actualmente pelas marcas francesas, como a Renault e a Stellantis.
“Por que é que devemos ser o único espaço que apoia aquilo que é produzido pelos nossos competidores? Não lhes fechamos a porta, mas já que têm políticas não cooperativas, não vamos ajudá-los mais. Isto não significa que somos proteccionistas, não vamos fechar o mercado, mas não queremos usar o dinheiro dos contribuintes franceses para acelerar a industrialização não-europeia”, afirma Macron.
Errado não está!…
Está mais do que na hora de apostar e apoiar a industria Europeia e incentivar os Europeus a comprar o que é feito na Europa. Mais do que na hora!!
É um conceito muito bonito, mas depois quando chega a altura de pagar (muito) mais caro lá se vai o incentivo e o patriotismo. Não é um problema fácil de resolver…