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Gorjetas no comércio? Revolução à vista nas lojas Apple

E se passássemos a deixar gratificações não só em restaurantes, mas também nas lojas dos centros comerciais? Colaboradores de loja da Apple em Maryland, nos EUA, fizeram, na passada quinta-feira, uma série de exigências que visam mais direitos laborais. Uma delas salta à vista — um novo sistema de gorjetas.

Depois de mais de 100 funcionários da loja da Apple de Towson terem criado, no ano passado, a Aliança de Empregados de Retalho Organizados (CORE) e votado para serem representados pela Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM), o espaço tornou-se a primeira loja sindicalizada da Apple.

Esta semana, a CORE anunciou, através do Twitter, uma série de propostas económicas para um novo contrato. Entre as propostas — que incluem mais dias pagos por feriados nacionais, mais dias de férias, formação de primeiros socorros e pagamento a dobrar por horas extraordinárias — está o sistema de gorjetas, que a própria organização considerou ser “um pouco controversa”.

A ideia dos funcionários da Apple seria acrescentar uma opção no fim de cada pagamento por cartão de crédito, dando a oportunidade aos clientes de oferecer uma gorjeta de 3%, 5% ou uma quantia personalizada. Estaria, claro está, disponível a opção de não atribuir qualquer compensação.

As quantias angariadas através deste sistema seriam distribuídas igualmente pelos empregados duas vezes por semana.

As opiniões dividiram-se e as críticas , segundo o Unilad, prendem-se ao facto de o sistema beneficiar os especialistas de vendas sobre os técnicos. O mesmo utilizador reforçou que este novo sistema “coloca a responsabilidade de oferecer compensações justas no cliente e não no empregador.”

A CORE afirmou ainda que “os empregados da Apple em todo o mundo podem dizer que os clientes já lhes oferecem gorjetas regularmente”, mas que têm de passar pela “frequente e desconfortável experiência de explicar-lhes que a sua oferta generosa pode custar-lhes o emprego“, uma vez que aceitar qualquer gorjeta é motivo de despedimento na empresa.

“Se um cliente insiste em deixar-te dinheiro, como faz muitas vezes, o dinheiro tem que ser colocado no cofre e depois vai para a empresa, não para os funcionários”, escreveu o sindicato.

Numa das publicações, a organização relembra que “a maioria das primeiras versões de propostas são escritas com o conhecimento geral de que haverão negociações que procuram encontrar a empresa a meio do caminho”, sublinhando, no entanto, acreditar que todas as propostas apresentadas são “razoáveis”.

Tomás Guimarães, ZAP //

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