Manuel de Almeida / Lusa
O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias
O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, considerou esta sexta-feira que, no caso da TAP, “alguns grupos parlamentares, especialmente à direita, aquilo que estão a fazer é o trabalho dos advogados daqueles que intentam contra o Estado”.
Segundo avançou o Público, Eurico Brilhante Dias defendeu que a divulgação de informações confidenciais pela comunicação social que tinham sido recebidas pela comissão parlamentar de inquérito (CIP) à TAP é “um crime provavelmente praticado por órgãos de soberania” e que contribui para a construção de uma “narrativa” a partir da divulgação “parcial” de posições.
Esta foi a reação do presidente da bancada socialista à divulgação de informações feta na quinta-feira por dois canais televisivos. Etas revelações levaram o presidente da CIP, Jorge Seguro Sanches, a considerar que a divulgação de informações confidenciais em órgãos de comunicação social é um “ataque ao coração da democracia”, que merecerá punição.
Eurico Brilhante Dias disse, numa conferência do Parlamento, que o “Governo tinha razão” ao recusar-se a enviar para o CPI a informação pedida pelos deputados sobre a documentação que fundamenta a demissão da ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, e do ex-presidente do conselho de administração, Manuel Beja. Por insistência da CPI, o Executivo enviou os documentos.
Os documentos foram classificados como confidenciais pelo Gabinete Nacional de Segurança e o socialista classificou como um “crime” a sua divulgação e desafiou o presidente da CIP a “averiguar para saber como, quando e em que circunstâncias documentos confidenciais saíram da comissão de inquérito”.
“É um crime particularmente grave”, indicou Eurico Brilhante Dias, referindo que vê “com dificuldade” que as regras de acesso a documentos não passem a ser mais apertadas após este acontecimento. Esta “divulgação parcial de posições” procura “construir uma narrativa”, notou ainda.
“Alguns grupos parlamentares, especialmente à direita, aquilo que estão a fazer é o trabalho dos advogados daqueles que intentam contra o Estado”, acusou o líder da bancada socialista.
