Alguns negócios sofrem sérias consequências na sua reputação após aquilo que é conhecido como terrorismo do trabalho part-time.
Há um fenómeno que crescente que tem vindo a preocupar os japoneses. Conhecido como baito tero, ou terrorismo do trabalho part-time, este é um fenómeno social que consiste em funcionários part-time pregarem partidas ou fazerem coisas bizarras com o único propósito de obter reconhecimento nas redes sociais.
Os trabalhadores tiram fotografias ou gravam vídeos para depois partilharem na internet e possivelmente “viralizarem”.
Uma das brincadeiras envolve aquilo que é chamado de “planking”. Este é o simples ato de se deitar completamente esticado em cima de objetos aleatórios. Pense, por exemplo, na imagem icónica do Snoopy deitado em cima da sua casota.
Embora brincadeiras como esta não sejam vistas como chocantes por muitas outras culturas, elas são consideradas vergonhosas na cultura japonesa. E, por vezes, saem mesmo fora do controlo e assumem contornos mais graves.
Recentemente, um café japonês despediu uma empregada de mesa, acusando-a de misturar o seu sangue nos cocktails que preparava.
“Tal ato não é diferente do terrorismo do trabalho part-time e é absolutamente inaceitável”, lê-se num tweet do café Mondaji, em Sapporo. O café esteve mesmo fechado durante um dia, para que todos os copos pudessem ser substituídos.
Através do Twitter, o dono do café pediu desculpa pelos incidentes. De acordo com a Business Insider, este café é um espaço que emprega jovens problemáticas.
Há quem sugira que o terrorismo do trabalho part-time possa ser uma forma de escapar às intensas e stressantes jornadas de trabalho japonesas, onde algumas pessoas trabalham até 60 horas por semana. A teoria é que os trabalhadores part-time façam isto para impressionar os seus amigos de forma a compensar a falta de elogios e recompensas na sua vida profissional.
O fenómeno surgiu em 2013 e tem vindo a intensificar-se desde então. Os empregadores japoneses ficam perturbados com estes comportamentos, até mesmo quando são mais inofensivos do que o referido caso do café. As punições vão desde a rescisão do contrato até processos cíveis.