A subida das taxas de juro vai continuar a aumentar as receitas da Caixa Geral de Depósitos (CGD) com juros e comissões em 2023.
De acordo com informações a que o ECO teve acesso, o banco público prevê que o produto bancário ascenda a quase três mil milhões de euros este ano.
A comissão executiva deu conta dessa previsão numa reunião com 2.500 quadros do banco que teve lugar no início deste mês, apontando para um produto bancário recorrente de 2,9 mil milhões de euros, segundo uma fonte presente no evento.
Em 2022, o banco apresentou lucros de 843 milhões de euros e um dividendo histórico com a entrega de 350 milhões de euros em dinheiro e do edifício-sede na Avenida João XXI ao Estado, imóvel cujo valor se encontra ainda em avaliação.
O produto da atividade global ascendeu a 2,3 mil milhões de euros em 2022, um aumento de mais de 30% face a 2021, com as comissões a contribuírem com 606 milhões (subida de 8% em termos homólogos) e a margem financeira a atingir os 1,4 mil milhões (aumento de 43,3%), segundo anunciou em fevereiro.
O presidente da Comissão Executiva da CGD, Paulo Macedo, afirmou que não vai mexer no preçário este ano, pelo que qualquer crescimento nas receitas com o comissionamento virá de exclusivamente do aumento das transações financeiras.
Prevê-se, assim, que a margem financeira volte a ser o motor de crescimento do banco do Estado este ano, com a subida da taxa Euribor (que servem de base para o cálculo dos empréstimos) e também à medida que esse aumento das taxas se vai transmitindo de forma mais ampla a toda a sua carteira de crédito.
Ao ECO, uma fonte oficial avançou que no dia 01 de abril houve um encontro com os quadros, no qual o banco deu a conhecer os resultados alcançados em 2022 “mas também a sua visão e objetivos para 2023, ano marcado pela continuação do contexto inflacionista e consequente resposta dos bancos centrais, nomeadamente o BCE, na tentativa de conter a alta dos preços e os impactos no setor financeiro e na economia nacional”.