Benfica 0-2 Inter Milão | Veneno italiano trava voo da águia

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José Sena Goulão / Lusa

Ao 13.º jogo esta época nas provas europeias, o Benfica somou a primeira derrota. Na noite desta terça-feira, as “águias” caíram aos pés do Inter por 0-2 e estão em desvantagem nestes quartos-de-final da Liga dos Campões.

Não foi uma partida fácil para os lusos, que nunca se sentiram confortáveis perante a estratégia dos “nerazzurri”, que controlaram os ritmos do jogo, aumentando a pressão sempre que se justificava, baixavam o bloco chamando a equipa portuguesa e exploravam o espaço que conseguiam.

Foi assim que Nicolò Barella abriu a contagem, quando foi mais matreiro do que Grimaldo e João Mário, e já na fase final, Lukaku aumentou a vantagem numa grande penalidade.

A formação da Luz não atravessa um bom momento, começa a denotar falta de frescura física, o que limita a precisão da pressão, e tem vários elementos longe do fulgor que já demonstraram no decurso desta temporada.

Após ter registado apenas um desaire nos primeiros 44 encontros do percurso em 2022/23, os “encarnados” contabilizaram a segunda derrota seguida e, pela primeira vez, não apontaram um golo em casa.

Os pesadelos do “clássico” pairaram na Luz nos primeiros oito minutos, período em que o Inter pressionou, obrigou as “águias” a desperdiçarem diversas bolas no primeiro terço do terreno, com Morato e Ausrnes a evidenciarem-se pela negativa.

Paulatinamente, os “encarnados” começaram a ganhar confiança, acertaram as marcações e começaram a sair de forma mais criteriosa e eficaz, empurrados por Chiquinho e Florentino.

Ao minuto 16, Rafa Silva protagonizou a ocasião mais clara, mas Onana deu literalmente o peito à bola e travou o 1-0. Três minutos volvidos, João Mário falhou por centímetros o golo.

O Inter tentou dar um safanão na partida com uma “bomba” de fora da área de Acerbi que levou muito perigo. O jogo voltou a equilibrar-se e, na recta final, Lautaro Martínez quase gelava a Luz após um centro de Dimarco.

Marcelo Brozović era a unidade em destaque nesta fase, graças a um acerto de 95% no capítulo do passe, três acções defensivas, 46 acções com a bola e um GoalPoint Rating de 6.0. Do lado do Benfica, realce para a “performance” de Gonçalo Ramos 5.7.

No recomeço, os líderes da Liga Bwin entraram de forma mais assertiva, rondaram a baliza de Onana, primeiro Dimarco foi o pronto socorro e cortou uma bola perigosa, instantes depois, Rafa tardou em decidir.

Matreiro, o Inter respondeu de forma letal, numa acção em que Bastoni subiu no terreno, não foi pressionado e centrou para a zona do segundo poste onde, sem marcação, surgiu Nicolò Barella para finalizar.

José Sena Goulão / Lusa

Cinco minutos depois, aos 56, numa das melhores jogadas do encontro, João Mário centrou, Grimaldo falhou o desvio e nem Ramos, nem Aursnes lograram acertar no esférico. Lance de muito perigo.

Os técnicos começaram a mexer, Inzaghi lançou três setas ao mesmo tempo e Schmidt chamou Neres.

Com a saída de Florentino, os italianos começaram a explorar as costas da defensiva “encarnada” e, num contragolpe, Correa apenas não marcou graças à velocidade de Vlachodimos. Ripostou o Benfica, com Rafa a accionar um ataque, mas Grimaldo não conseguiu definir com precisão.

Aos 78, numa cópia quase perfeita do primeiro tento, Dumfries quase marcava, mas foi travado pelo guardião helénico. Chamado pelo VAR, o árbitro Michael Oliver foi rever o lance e assinalou grande penalidade por mão na bola de João Mário na sequência de um cruzamento de Dumfries. Da marca dos 11 metros, Lukaku não perdoou e dilatou a vantagem.

As “águias” ainda tentaram encurtar distâncias, canalizando muito jogo pelo flanco esquerdo, com Grimaldo a finalizar as constantes acções de Neres.

Já em período de descontos, Gonçalo Ramos foi lançado por David Neres, mas no cara-a-cara com Onana não marcou

Na próxima quarta-feira, o Benfica terá uma dura tarefa no Giuseppe Meazza para dar a volta à eliminatória e carimbar presença nas meias-finais da Champions, algo que não alcança há 33 anos, desde a longínqua época de 1989/90. O Benfica nunca ganhou ao Inter, contabilizando, em quatro partidas, duas derrotas e dois empates.

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Exibição segura do central italiano Bastoni, que liderou a armada do Inter na noite desta terça-feira no Estádio da Luz.

A assistência para o golo inaugural foi apenas um dos pontos de uma exibição na qual assinou três cruzamentos, sete passes progressivos, registou cinco recuperações de bola e nove acções defensivas, entre as quais quatro alívios e três desarmes. O MVP do encontro teve um GoalPoint Rating de 7.5.

Resumo

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4 Comments

  1. Acho alguma piada aos comentadores de futebol. Endeusaram um Benfica banal que apenas parecia grande porque não tinha jogado com grandes equipas até ao momento. De salientar que os poucos adversários difíceis até ao momento tinham dominado o Benfica! O Braga tinha ganhado por 3 a zero. O Sporting empatou. O FCPorto ganhou neste último jogo e só não ganhou o primeiro porque jogou 70 minutos com 10. Mas já nesse jogo o Porto tinha sido superior. E o Benfica só ganha esse jogo com um golo em contra-ataque.
    Depois pensam que ganhar à Juventus foi um feito… A esta Juventus?!?! Qualquer equipa do meio de tabela ou até para baixo em Itália ganha à Juventus atual!!! E o PSG? O PSG tem bons jogadores mas nunca foi uma equipa. Não joga nada. São apenas um conjunto de bons jogadores. Hoje com o Inter, equipa que já não ganha há um mês, e que merecia ter perdido os dois jogos que fez com o Porto, o Benfica volta a levar um enorme banho de bola como tinha levado no fim de semana contra o Porto. Muito mau. Pode ser que agora os comentadores comecem a perceber melhor o que tem sido o Benfica.

  2. E, de repente, tudo mudou. Depois da última paragem, o Benfica apresenta uma equipa cansada e, por isso, menos intensa e que cria muito menos oportunidades de golo, embora tal não fosse empresa fácil, dada a concentração de jogadores italianos na defesa. Mérito do Inter. Como costuma acontecer nestas situações é o treinador que começa a ser questionado. Com a equipa cansada e processos mais lentos, é má altura para pensar na substituição de jogadores. Acredita-se que há bons jogadores no banco, mas esta é agora uma má altura para os lançar. No entanto, alguma coisa terá de ser feita. Petar Musa, Schjelderup, Tengstedt, Cher Ndour, João Neves, Lucas Veríssimo, Gonçalo Guedes e até Samuel Soares, vão ter de ganhar minutos e participar mais nos jogos.

  3. Esta época o Benfica tremeu sempre com as chamadas equipas do seu campeonato, Braga, Porto, Sporting, Inter.
    Os jogos com a Juventus e o PSG são enganadores. A Juventus está muito fraquinha. Qualquer equipa lhe ganha. O PSG tem bons jogadores mas não é uma equipa. Não joga nada. Assim sendo, criou-se uma ideia que havia um super Benfica quando na realidade tínhamos uma equipa que apenas jogava bem contra equipas pequenas.

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