Paris vai deixar de ter trotinetes alugadas. Vitória ou “flop”?

Decisão dos habitantes locais, em referendo. Será a única grande capital europeia a proibir as trotinetes alugadas através de aplicações.

E se deixássemos de ver trotinetes eléctricas alugadas em Lisboa?

Parece uma utopia para uns – ou pesadelo para outros – mas essa será a realidade em Paris.

Nesta segunda-feira foi anunciado que os habitantes da capital de França decidiram, em referendo, acabar com as trotinetes alugadas que circulam pela cidade.

A partir de 1 de Setembro deste ano, esses veículos vão desaparecer das ruas de Paris – que será a única grande capital europeia a proibir as trotinetes alugadas através de aplicações.

Apenas 8% dos eleitores votaram. Mas, entre os que votaram, 89% decidiram acabar com as trotinetes alugadas.

Este resultado será um revés significativo para as operadoras Dott, Tier e Lime – cujo contrato com a Câmara Municipal termina a 31 de Agosto deste ano e não será renovado.

Por outro lado, será uma vitória para os defensores da segurança rodoviária.

Noutros tempos, Paris foi pioneira no apoio à utilização das trotinetes. Os veículos começaram a aparecer em 2018 mas, após inúmeras queixas de anarquia nas ruas e nos passeios, só as três empresas mencionadas passaram a operar na capital de França.

O limite de velocidade é 20 quilómetros por hora. Mas, só no ano passado, registaram-se 459 acidentes com trotinetes eléctricas em Paris. Três pessoas morreram.

A própria presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, apoia a retirada das trotinetes elétricas alugadas. Esta foi “uma vitória da democracia local”, reagiu.

No entanto, as operadoras de trotinetes asseguram que vão tentar anular esta decisão, bloquear a medida.

Têm esperança em chegar a outro acordo com Anne Hidalgo para “adoptar leis sensatas, em vez de banir as trotinetes”, reagiu a Lime.

A Dott alega que este referendo teve um sistema de votação muito restrito e isso teve “impacto considerável” no resultado.

Já Clement Beaune, ministro dos Transportes de França, descreveu este resultado: “Foi um massivo flop democrático“.

ZAP //

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