A área está disponível para exploração petrolífera e o Governo dos EUA já está a ser alvo de críticas de activistas ambientais.
Uma enorme área do Golfo do México correspondente a três vezes a área de Portugal será leiloada pelos Estados Unidos para a exploração de petróleo e gás natural. A decisão está a ser muito criticada pela comunidade científica e pelos activistas ambientais e é mais um golpe na promessa eleitoral de Joe Biden de travar novos projectos de exploração de combustíveis fósseis em território federal.
No total, a área conta com 30 mil hectares e terá o potencial de extrair mais de mil milhões de barris de petróleo nos próximos 50 anos, segundo o Governo de Washington.
O anúncio do leilão surge meras semanas após a administração Biden ter aprovado o polémico projecto Willow na tundra no Alasca, que prevê a extração de 600 mil barris de petróleo e foi amplamente criticado devido à proximidade com comunidades indígenas, escreve o The Guardian.
Biden reagiu às críticas afirmando que queria bloquear o projecto, mas não o fez devido ao receio de um processo por parte da ConocoPhillips, empresa detentora da licença para explorar a área.
“A minha forte inclinação era desaprovar, mas o que ouvi do meu conselho foi que, se fizesse isso, poderia perder”, explicou o Presidente dos EUA.
O novo anúncio está a suscitar uma grande onda de críticas. “Durante a primeira metade da sua presidência, Joe Biden liderou com uma visão transformativa do clima, mas na segunda metade parece estar a sinalizar uma reviravolta desastrosa. Se isto continua, tudo de bom que Biden fez será desfeito pelo próprio Biden”, explica Ben Jealous, director da organização ambientalisa Sierra Club.
O activista alerta ainda para o impacto político desta decisão. “Se ele está a fazer um cálculo político, é errado. Está a quebrar uma grande promessa e vai inspirar muitos jovens a ficar em casa em vez de votar em 2024”, frisa.
