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“Trimestre anti-inflação”. Governo francês anuncia acordo com supermercados para controlar preços

Drobot Dean / Canva

O governo francês anunciou esta segunda-feira um acordo com as principais empresas de distribuição a retalho para limitar o preço de vários produtos durante um “trimestre anti-inflação”, num contexto de tensão social devido à reforma da Segurança Social proposta por Macron.

As principais cadeias francesas de distribuição a retalho vão limitar o preço de vários produtos durante um trimestre.

A iniciativa, que deve estender-se até junho, pretende que as empresas ofereçam “o menor preço possível” para uma série de produtos à sua escolha, anunciou o ministro da Economia, Bruno Le Maire, citado pela agência AFP.

O custo da operação será de “várias centenas de milhões de euros” e será financiado graças às margens dos retalhistas, explicou Le Maire.

Vários distribuidores, entre os quais Carrefour e Intermarché, anunciaram também campanhas comerciais nos últimos dias para reduzir os preços de vários produtos.

Face ao aumento dos preços dos alimentos, que segundo o gabinete de estatísticas Insee atingiu em fevereiro os 14,5% num ano, o governo francês procura há meses um mecanismo que permita manter o poder de compra das famílias.

Em Portugal, atualmente com a 8ª inflação mais alta da União Europeia, os preços dos principais bens alimentares não param de crescer — ao que se têm somado casos em que os supermercados são apanhados a cobrar até mais 50% na caixa e a lançar campanhas com publicidade enganosa.

A campanha “trimestre anti-inflação”, que será assinalada nos supermercados com um logótipo com as cores da bandeira francesa, ocorre numa altura de forte contestação e protestos em massa contra o projeto do governo francês que prevê o aumento da idade de reforma de 62 para 64 anos.

Esta segunda-feira, os principais sindicatos franceses anunciaram uma greve para a próxima terça-feira, com a qual pretendem “paralisar a França” em protesto contra o projeto de Emmanuel Macron.

Desde a apresentação do projeto, em janeiro, os sindicatos organizaram grandes protestos, incluindo a maior manifestação das últimas três décadas no país, a 31 de janeiro — que terá mobilizado 1.3 a 2.8 milhões de pessoas, mas não foi suficiente para levar o governo a recuar.

De acordo com sondagens citadas pela agência AFP, dois em cada três franceses discordam do plano do presidente francês, que além de adiar a idade de reforma prevê que a partir de 2027 seja necessário contribuir durante 43 anos (em vez dos atuais 42) para receber pensão integral.

ZAP //

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