Um pedido lançado na Dinamarca originou a recolha de quase 700 animais. E uma descoberta destacou-se.
Estávamos em 2016. Um projecto de ciência-cidadã, na Dinamarca, pediu a todos os cidadãos que recolhessem todos os ouriços-cacheiros mortos que encontrassem, com o objectivo de estudar a sua longevidade média.
O pedido recebeu muitos “sim” como resposta: mais de 400 pessoas recolheram quase 700 animais, na Dinamarca.
O estudo publicado há poucos dias na revista Animals revela algumas conclusões.
Os responsáveis pela análise começam por lembrar que o ouriço-cacheiro está “em declínio” e, por isso, “é vital monitorizar a perceber as dinâmicas populacionais desta espécie para optimizar iniciativas de conservação para proteger os ouriços na natureza”.
Olhando para números, entre os 697 animais recolhidos, foi possível apurar a idade de mais de metade (388).
Foi feita a mediação das linhas de crescimento periostal dos cadáveres – um processo parecido com a determinação da idade de uma árvore, quando se contam os anéis de crescimento dos seus troncos, explica o portal Green Savers.
Idade média dos ouriços-cacheiros? 1,8 anos. Ouriço-cacheiro mais velho? 16 anos.
Esse ouriço-cacheiro teria 16 anos quando morreu e, assim, torna-se o ouriço-cacheiro mais velho de sempre, na Europa. Com uma diferença enorme: o anterior mais velho tinha 9 anos.
Refira-se que a esperança média de vida de um ouriço-cacheiro é de pouco menos de 2 anos. Mas, se ultrapassar o primeiro ano de vida (o mais crítico), pode chegar a uma idade avançada.
Nesta recolha, a maioria dos animais morreu devido a atropelamento. Outros morreram já em centros de reabilitação (muitos tinham sido atacados por outros animais) e os restantes morreram por causas naturais.
Ao contrário do que acontece com muitos outros mamíferos, os machos têm uma taxa de sobrevivência superior à das fêmeas.
E, ao contrário de outras espécies, as relações entre indivíduos geneticamente próximos (endogamia) não afectam a longevidade dos ouriços-cacheiros.