A sobrevivência do mais apto ganha um novo significado no mundo atual. Ainda nos debatemos com as consequências da pandemia, as cadeias de abastecimento, a guerra, a inflação e uma recessão emergente.
Mas, em tempos de crise, surgem grandes oportunidades. E, no meio dessa incerteza económica, os líderes fariam bem em ter em consideração o que acontece na Natureza, mais propriamente com a evolução genética, relatou o Fast Company.
As complexas técnicas de sobrevivência e adaptação dos organismos são graduais, mas profundas. Os genes mudam com o tempo e os traços mais adequados para melhorar a capacidade de sobrevivência geralmente são transmitidos e proliferam.
Os genes mudam constantemente e alguns propagam-se em apenas algumas gerações, em resposta a fatores ambientais extremos.
As ideias são muito semelhantes aos genes. Um conjunto de diversas mutações genéticas numa população pode melhorar a capacidade de sobrevivência dessa espécie ao longo do tempo. Da mesma forma, ideias diversas podem aumentar a capacidade de inovação e de resolução de problemas de uma organização.
Além disso, tal como os genes, as ideias precisam de evoluir. Estas devem ser propagadas, alimentadas e partilhadas. Nem todas terão êxito, mas é a adaptação contínua dessas ideias e as suas iterações constantes que conduzem à aprendizagem rápida e à inovação revolucionária.
O modelo genético é um excelente paradigma para compreender como as organizações podem inovar, melhorar e prosperar, particularmente quando o ambiente económico está a mudar rapidamente. Os genes podem ser “ligados” e as mutações prosperam com base em fatores externos.
Por exemplo, a propensão para desenvolver cancro do pulmão pode ser pensada como um interruptor acionado pelo tabagismo, ou pela exposição prolongada a cancerígenos transportados pelo ar. Do mesmo modo, as ideias também podem ser “ligadas” e transformadas com a exposição a diferentes perspetivas.
Aqui estão três formas de o fazer dentro de uma organização:
Construir equipas diversas
Para criar uma organização que possa evoluir, é fundamental incorporar a verdadeira diversidade de perspetivas – género, etnia, raça e capacidade cognitiva – na organização. Diferentes perspetivas testam as formas de pensar, ajudam as ideias a evoluir e introduzem mais criatividade na resolução de problemas.
Alimentar a curiosidade uma cultura de aprendizagem contínua
A aprendizagem de novas competências permite aos colaboradores alargar as suas perspetivas e é outra forma de injetar na organização um pensamento diversificado. Quando feito em escala, isto pode aumentar significativamente a capacidade e vontade de transformação da organização.
Afastar-se de um ambiente avesso ao risco
Fomentar uma cultura que não tenha medo de fazer grandes apostas e falhar encoraja e inspira os funcionários a passar da ideia à ação, mesmo quando não há garantias de sucesso. O fracasso, por sua vez, estimula a aprendizagem e a diversificação de ideias.
Para que as empresas possam sobreviver num ambiente em contínua evolução e incerteza, têm de reconfigurar o seu ADN e formas de pensar para se adaptarem às mudanças e, em última análise, prosperar a longo prazo.