O Dia dos Namorados está aí. É apropriado falar sobre o parceiro no local de trabalho?

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Apesar de defenderem uma separação da vida pessoal e profissional, os especialistas reconhecem que as normas de conduta se alteraram num passado recente. 

O Dia dos Namorados, celebrado a 14 de fevereiro, é uma ocasião cuja história remonta ao século XIV, altura em que ganhou um significado romântico. Perante as alterações sociais, não é estranho, para alguns casais, enviar mostras do seu amor para o local de trabalho, através de flores ou balões com formas de coração.

Mas serão estas demonstrações de afeto apropriadas neste contexto profissional? E até que ponto é correto falar-se da cara-metade com os colegas de trabalho após um fim de semana romântico ou numa fase em que a relação se iniciou há pouco tempo e em que tudo parece cor-de-rosa?

Niraj Kapur, formador do Linkedin e autor de livros sobre relacionamentos, tem algumas opiniões sobre o assunto. Por exemplo, considera que os elogios ao parceiro podem ser feitos, ainda que moderadamente — por muito que tal pareça difícil. A ocasião também deve ser considerada.

Por exemplo, à segunda-feira, quando os colegas de trabalho se reúnem para uma pausa de café e abordam o fim de semana, esse será o cenário ideal. O mesmo poderá acontecer à sexta-feira, na perspetiva de dias românticos.

A situação amorosa também pode ser abordada num contexto mais profissional, por exemplo, quando um caso de sucesso ou superação pode servir de exemplo para uma equipa que se depara com maus resultados ou estagnada na perseguição de um terminado objetivo.

Contrariamente, também há ocasiões ou discursos que devem ser evitados. Por exemplo, elogios são bem-vindos, o contrário já não, já que acaba por deixar os colegas de trabalho constrangidos. Criticar os gostos da roupa, as visões políticas ou, especificamente, abordar a vida sexual é um limite que não deve ser transposto.

Lembre-se: há coisas que é melhor serem deixadas por dizer.

O medo de ser julgado pelo que se diz também está sempre presente num contexto social, mas, segundo Kapur, ninguém se julga como nós próprios.

Ainda assim, caso tenha medo que os seus colegas de trabalho estejam fartos de o ouvir falar sobre o seu mais que tudo, pode sempre colocar em prática a regra 80:20. Por outras palavras, num contexto profissional, 80% das interações devem ter por base um contexto profissional, ao passo que os restantes 20% devem ser de cariz pessoal.

Estas normas têm vindo a sofrer alterações ao longo dos tempos, sobretudo pela preocupação que a saúde mental tem suscitado nos últimos anos. Como tal, conversas sobre questões pessoais são cada vez mais incentivadas e vistas como uma forma de desabafo. Simultaneamente, estas interações tendem a melhorar a relação entre colegas de equipa, o que acaba por se refletir no desempenho e consequentes resultados.

Em declarações à Fortune, Niraj Kapur realça ainda que a vulnerabilidade, resultante destes momentos, nos torna mais confiáveis e identificáveis. “Quando alguém está assustado, dou-lhes o exemplo de vezes em que também estive, como quando falei num palco ou quando me tornei manager”, lembra.

ZAP //

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