Ministro da Economia nunca teve reunião de trabalho com Joana Mendonça, a ex-presidente que “não estava assim tão preocupada”.
Vai haver uma nova presidente, ou um novo presidente, na Agência Nacional de Inovação (ANI), depois da demissão de Joana Mendonça.
Joana Mendonça apresentou a carta de demissão e explicou que não se sentiu apoiada e que considera que a ANI está a ser deixada de lado no Plano de Recuperação e Resiliência e no Portugal 2030.
Com uma “crescente dificuldade em receber orientações” por parte do Governo, a futura ex-líder escreveu: “Não tenho até ao momento, e passado mais de um mês, resposta ao meu pedido de aprovação da proposta para o Plano de Atividades em Orçamento da ANI para 2023, já devidamente aprovado em Assembleia Geral e com o devido parecer favorável do Conselho Consultivo da ANI e sem o qual a ANI não pode desenvolver as suas atividades de forma regular“.
Joana Mendonça estava em rota de colisão com a ministra da Ciência, Elvira Fortunato, e sobretudo com o ministro da Economia, António Costa e Silva.
Costa e Silva reagiu a esta decisão e disse que nenhum dos motivos foi abordado “nas reuniões mantidas pelo senhor secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, o que mostra que a presidente da ANI não estava assim tão preocupada”.
O ministro da Economia, sublinhe-se, afirmou que houve reuniões entre Joana Mendonça e o secretário de Estado da Economia.
Porque, de facto, não houve qualquer reunião de trabalho entre a presidente da ANI e o actual ministro da Economia, revela o Jornal de Negócios.
Costa e Silva tomou posse há quase um ano, em Março de 2022, e poucos dias depois houve uma conversa, sem contexto oficial.
Mas depois nunca houve uma reunião formal – e esse foi um dos factores que originaram a sua demissão.
Refira-se que a ANI é responsável pelo desenvolvimento de acções destinadas a apoiar a inovação tecnológica e empresarial em Portugal. Ou seja, tem óbvias ligações com o ministério da Economia e com o ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
A Iniciativa Liberal quer que Joana Mendonça, António Costa e Silva e Elvira Fortunato estejam no Parlamento, em audições urgentes.