“Fim de festa” no mercado de trabalho. Portugal na linha da frente… dos maus resultados

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José Sena Goulão / Lusa

Os números de emprego têm sido sorridentes nos últimos tempos, em Portugal e na Europa, mas há maus presságios na última revisão.

Os números oficiais do (des)emprego têm sido animadores na maioria dos países da União Europeia (UE).

Na última revisão trimestral da Direção-Geral do Emprego da UE, ainda relativa ao terceiro trimestre de 2022, o emprego subiu 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A taxa de desemprego, no final de Novembro, estava nos 6% a nível europeu e com 6,4% em Portugal. Números baixos, comparando com outros que já assistimos.

A COVID-19 originou muitos e inéditos apoios governamentais às empresas, no auxílio à contratação, e a “reabertura” do mundo no último ano e meio ajudou a originar recordes nos números do emprego.

No entanto, devemos estar em “fim de festa” no mercado de trabalho, destaca nesta segunda-feira o Jornal de Negócios.

É que a taxa de desemprego subiu, ainda que de forma ligeira. 0,2% em Portugal e outros sete países também ficaram com mais desempregados: República Checa, Malta, Hungria, Dinamarca, Grécia, Áustria e Chipre. E, em números absolutos,

O jornal avisa que, em Bruxelas, já se acredita numa inversão dos números do emprego na Europa. A Comissão Europeia acredita que o cenário de queda no desemprego vai acabar. Ou já está mesmo a acabar em alguns países.

“Há alguns sinais de deterioração potencial no mercado de trabalho”, avisou a Comissão Europeia, depois de dois anos seguidos com o emprego sempre a subir.

Os “maus presságios” nessa última revisão trimestral fazem soar o alarme: as empresas já se queixavam que está difícil contratar, o mercado foi ficando cada vez mais apertado, a taxa de emprego parou de crescer, a actividade no mercado de trabalho desceu, os empresários estão pouco confiantes.

Outra preocupação em Bruxelas é o desemprego jovem, que está a aumentar em muitos Estados-membros. “E as famílias também esperam uma subida no desemprego no futuro próximo”, escreve a Comissão.

Os empregos em tempo parcial, temporários e entre os jovens são cada vez menos na União Europeia.

É um panorama que está a inverter-se e, caso isto se confirme, Portugal estará na linha da frente dos maus resultados europeus, escreve o diário.

Ou seja, a subida na taxa de desemprego deve subir já na revisão do último trimestre de 2022 e, ao longo deste ano, deverá haver mais desempregados na Europa – com Portugal a destacar-se pela negativa nesse contexto.

ZAP //

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4 Comments

  1. É incontornável. Em Portugal a única coisa que ainda vai evitar que o flagelo seja maior, será a execução do PRR e o início do Portugal2030. Caso contrário, iríamos ter níveis superiores de desemprego no final de 2023.
    Com o aumento das taxas de juro e a forte desaceleração de alguns dos nossos principais parceiros comerciais, é óbvio que a procura sobre o nosso tecido produtivo diminuirá; Também como resultado, não apenas da diminuição da procura externa, como igualmente da procura interna. As famílias têm cada vez menos rendimento disponível resultante do processo inflacionário e já em breve com o forte aumento das prestações dos empréstimos em consequência dos sucessivos aumentos das taxas de juro (que muito provavelmente ainda irá aumentar mais duas ou três vezes em 2023). Avizinham-se tempos difíceis.

  2. Nem poderiam ser outros. Olhe faça as contas:
    Se a receita de cobrar tudo o que os 5% portugueses mais ricos têm for, por exemplo, 10 mil milhões, cobrar apenas 5% do que os restantes 95% têm dará qualquer coisa como 500 mil milhões. Onde é que acha que eles irão?!
    Receita sempre foi preço X quantidade. E na receita fiscal a quantidade é determinante. De nada vale tirar tudo o que os ricos têm porque a receita daí resultante seria quase insignificante para as necessidades do todo. Não se esqueça que mais de 80% da população dos agregados nacionais vivem com menos de 30 mil euros brutos / ano.

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